DECRETO Nº 9.283, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2018
Regulamenta
a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de
2016, o art. 24, § 3º, e o art. 32, § 7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, o art. 1º da Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, e o art. 2º, caput,
inciso I, alínea "g", da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990,
e altera o Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, para estabelecer
medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da
autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e
regional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.
84, caput, incisos IV e VI, alínea "a", da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de
2004, e na Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto regulamenta o disposto
na Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, na Lei nº 13.243, de 11 de janeiro
de 2016, no art. 24, § 3º, e no art. 32, § 7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, no art. 1º da Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, e no art. 2º, caput,
inciso I, alínea "g", da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990,
e altera o Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, para estabelecer
medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da
autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e
regional.
Art. 2º Para os fins do disposto neste
Decreto, considera-se:
I - entidade gestora - entidade de direito
público ou privado responsável pela gestão de ambientes promotores de inovação;
II - ambientes promotores da inovação - espaços
propícios à inovação e ao empreendedorismo, que constituem ambientes
característicos da economia baseada no conhecimento, articulam as empresas, os
diferentes níveis de governo, as Instituições Científicas, Tecnológicas e de
Inovação, as agências de fomento ou organizações da sociedade civil, e envolvem
duas dimensões:
a)
|
ecossistemas
de inovação - espaços que agregam infraestrutura e arranjos institucionais e
culturais, que atraem empreendedores e recursos financeiros, constituem
lugares que potencializam o desenvolvimento da sociedade do conhecimento e
compreendem, entre outros, parques científicos e tecnológicos, cidades
inteligentes, distritos de inovação e polos tecnológicos; e
|
b)
|
mecanismos
de geração de empreendimentos - mecanismos promotores de empreendimentos
inovadores e de apoio ao desenvolvimento de empresas nascentes de base
tecnológica, que envolvem negócios inovadores, baseados em diferenciais
tecnológicos e buscam a solução de problemas ou desafios sociais e
ambientais, oferecem suporte para transformar ideias em empreendimentos de
sucesso, e compreendem, entre outros, incubadoras de empresas, aceleradoras
de negócios, espaços abertos de trabalho cooperativo e laboratórios abertos
de prototipagem de produtos e processos;
|
III - risco tecnológico - possibilidade de
insucesso no desenvolvimento de solução, decorrente de processo em que o
resultado é incerto em função do conhecimento técnico-científico insuficiente à
época em que se decide pela realização da ação;
IV - Instituição Científica, Tecnológica e de
Inovação pública - ICT pública - aquela abrangida pelo inciso V do caput
do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2004, integrante da administração pública
direta ou indireta, incluídas as empresas públicas e as sociedades de economia
mista; e
V - Instituição Científica, Tecnológica e de
Inovação privada - ICT privada - aquela abrangida pelo inciso V do caput
do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2004, constituída sob a forma de pessoa
jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
CAPÍTULO II
DO ESTÍMULO À CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES
ESPECIALIZADOS E COOPERATIVOS DE INOVAÇÃO
Seção I
Das alianças estratégicas e dos projetos de
cooperação
Art. 3º A administração pública direta,
autárquica e fundacional, incluídas as agências reguladoras, e as agências de
fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o
desenvolvimento de projetos de cooperação que envolvam empresas, ICT e
entidades privadas sem fins lucrativos destinados às atividades de pesquisa e
desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos, processos e serviços
inovadores e a transferência e a difusão de tecnologia.
§ 1º O apoio previsto no caput poderá
contemplar:
I - as redes e os projetos internacionais de
pesquisa tecnológica;
II - as ações de empreendedorismo tecnológico e de
criação de ambientes promotores da inovação, incluídos os parques e os polos
tecnológicos e as incubadoras de empresas; e
III - a formação e a capacitação de recursos
humanos qualificados.
§ 2º Para os fins do disposto no caput, as
alianças estratégicas poderão envolver parceiros estrangeiros, especialmente
quando houver vantagens para as políticas de desenvolvimento tecnológico e
industrial na atração de centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação de
empresas estrangeiras.
§ 3º Na hipótese de desenvolvimento de projetos
de cooperação internacional que envolvam atividades no exterior, as despesas
que utilizem recursos públicos serão de natureza complementar, conforme
instrumento jurídico que regulamente a aliança, exceto quando o objeto
principal da cooperação for a formação ou a capacitação de recursos humanos.
§ 4º Quando couber, as partes deverão prever, em
instrumento jurídico específico, a titularidade da propriedade intelectual e a
participação nos resultados da exploração das criações resultantes da parceria.
§ 5º As alianças estratégicas e os projetos de
cooperação poderão ser realizados por concessionárias de serviços públicos por
meio de suas obrigações legais de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Seção II
Da participação minoritária no capital
e dos fundos de investimento
Art. 4º Ficam as ICT públicas integrantes da
administração pública indireta, as agências de fomento, as empresas públicas e
as sociedades de economia mista autorizadas a participar minoritariamente do
capital social de empresas, com o propósito de desenvolver produtos ou
processos inovadores que estejam de acordo com as diretrizes e as prioridades
definidas nas políticas de ciência, tecnologia, inovação e de desenvolvimento industrial.
§ 1º A entidade de que trata o caput
estabelecerá a sua política de investimento direto e indireto, da qual
constarão os critérios e as instâncias de decisão e de governança, e que
conterá, no mínimo:
I - a definição dos critérios e dos processos
para o investimento e para a seleção das empresas;
II - os limites orçamentários da carteira de
investimentos;
III - os limites de exposição ao risco para
investimento;
IV - a premissa de seleção dos investimentos e
das empresas-alvo com base:
a)
|
na
estratégia de negócio;
|
b)
|
no
desenvolvimento de competências tecnológicas e de novos mercados; e
|
c)
|
na
ampliação da capacidade de inovação;
|
V - a previsão de prazos e de critérios para o
desinvestimento;
VI - o modelo de controle, de governança e de
administração do investimento; e
VII - a definição de equipe própria responsável
tecnicamente pelas atividades relacionadas com a participação no capital social
de empresas.
§ 2º A participação minoritária de que trata este
artigo observará o disposto nas normas orçamentárias pertinentes.
§ 3º A entidade poderá realizar o investimento:
I - de forma direta, na empresa, com ou sem
coinvestimento com investidor privado; ou
II - de forma indireta, por meio de fundos de
investimento constituídos com recursos próprios ou de terceiros para essa
finalidade.
§ 4º O investimento de forma direta de que trata
o inciso I do § 3º, quando realizado por ICT pública integrante da administração
pública indireta, observará os seguintes critérios, independentemente do limite
de que trata o § 5º:
I - o investimento deverá fundar-se em relevante
interesse de áreas estratégicas ou que envolvam a autonomia tecnológica ou a
soberania nacional; e
II - o estatuto ou contrato social conferirá
poderes especiais às ações ou às quotas detidas pela ICT pública, incluídos os
poderes de veto às deliberações dos demais sócios, nas matérias em que
especificar.
§ 5º Fica dispensada a observância aos critérios
estabelecidos no § 4º nas hipóteses em que:
I - a ICT pública aporte somente contribuição não
financeira, que seja economicamente mensurável, como contrapartida pela
participação societária; ou
II - o investimento da ICT pública seja inferior
a cinquenta por cento do valor total investido e haja coinvestimento com
investidor privado, considerada cada rodada isolada de investimento na mesma
empresa.
§ 6º Os fundos de investimento de que trata o
inciso II do § 3º serão geridos por administradores e gestores de carteira
de investimentos registrados na Comissão de Valores Mobiliários.
§ 7º O investimento poderá ser realizado por meio
de:
I - quotas ou ações;
II - mútuos conversíveis em quotas ou ações;
III - opções de compra futura de quotas ou ações;
ou
IV - outros títulos conversíveis em quotas ou
ações.
§ 8º A participação minoritária de ICT pública
integrante da administração pública indireta no capital social de empresa
ficará condicionada à consecução dos objetivos de suas políticas institucionais
de inovação.
§ 9º As empresas públicas, as sociedades de
economia mista e as suas subsidiárias poderão investir direta ou indiretamente
nas empresas, observado o disposto na Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016.
§ 10. As empresas públicas, as sociedades de
economia mista e as suas subsidiárias poderão realizar mais de uma rodada de
investimento na mesma empresa.
§ 11. O investimento feito por ICT pública integrante
da administração pública direta poderá ocorrer somente por meio de entidade da
administração indireta, a partir de instrumento específico com ela celebrado.
Art. 5º Ficam as ICT públicas integrantes da
administração indireta, as agências de fomento, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista autorizadas a instituir fundos mútuos de
investimento em empresas cuja atividade principal seja a inovação.
§ 1º Os fundos mútuos de investimento de que
trata o caput serão caracterizados pela comunhão de recursos captados
por meio do sistema de distribuição de valores mobiliários, na forma
estabelecida na Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, destinados à aplicação
em carteira diversificada de valores mobiliários de emissão dessas empresas.
§ 2º Cabe à Comissão de Valores Mobiliários
editar normas complementares sobre a constituição, o funcionamento e a
administração dos fundos mútuos de investimento a que se refere o caput.
Seção III
Dos ambientes promotores da inovação
Art. 6º A administração pública direta, as
agências de fomento e as ICT poderão apoiar a criação, a implantação e a
consolidação de ambientes promotores da inovação, como forma de incentivar o
desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade e a interação entre
as empresas e as ICT.
§ 1º Para os fins previstos no caput, a
administração pública direta, as agências de fomento e as ICT públicas poderão:
I - ceder o uso de imóveis, sob o regime de
cessão de uso de bem público, para a instalação e a consolidação de ambientes
promotores da inovação:
a)
|
à
entidade privada, com ou sem fins lucrativos, que tenha por missão
institucional a gestão de ambientes promotores da inovação; ou
|
b)
|
diretamente
às empresas e às ICT interessadas.
|
II - participar da criação e da governança das
entidades gestoras de ambientes promotores da inovação, desde que adotem
mecanismos que assegurem a segregação das funções de financiamento e de
execução e operação;
III - conceder, quando couber, financiamento,
subvenção econômica, outros tipos de apoio financeiro reembolsável ou não
reembolsável e incentivos fiscais e tributários, para a implantação e a
consolidação de ambientes promotores da inovação, incluída a transferência de
recursos públicos para obras que caracterizem a ampliação de área construída ou
a instalação de novas estruturas físicas em terrenos de propriedade particular,
destinados ao funcionamento de ambientes promotores da inovação, em consonância
com o disposto no art. 19, § 6º, inciso III, da Lei nº 10.973, de 2004, e
observada a legislação específica; e
IV - disponibilizar espaço em prédios
compartilhados aos interessados em ingressar no ambiente promotor da inovação.
§ 2º A cessão de que trata o inciso I do § 1º
será feita mediante contrapartida obrigatória, financeira ou não financeira,
das entidades, das empresas ou das ICT de que tratam as alíneas "a"
e "b" do referido inciso.
§ 3º A transferência de recursos públicos, na
modalidade não reembolsável, para obras que caracterizem a ampliação de área
construída ou a instalação de novas estruturas físicas, quando realizada em
terreno de propriedade de ICT privada e destinado à instalação de ambientes
promotores da inovação, ficará condicionada à cláusula de inalienabilidade do
bem ou formalização de transferência da propriedade à administração pública na
hipótese de sua dissolução ou extinção.
§ 4º As ICT públicas e as ICT privadas
beneficiadas pelo Poder Público prestarão informações ao Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações sobre os indicadores de desempenho de
ambientes promotores da inovação, quando couber, na forma de norma complementar
a ser editada pelo Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.
§ 5º O apoio de que trata o caput poderá
ser prestado de forma isolada ou consorciada, com empresas, entidades privadas,
ICT ou órgãos de diferentes esferas da administração pública, observado o
disposto no art. 218, § 6º, no art. 219, parágrafo único, e no art. 219-A da
Constituição.
§ 6º Na hipótese de cessão onerosa de bem imóvel
da União que envolva contrapartida financeira, nos termos dos § 1º e § 2º,
o código de arrecadação será o de receita patrimonial da União.
Art. 7º Na hipótese de dispensa de licitação
de que tratam o art. 24, caput, inciso XXXI, da Lei nº 8.666, de 1993, e
o art. 3º da Lei nº 10.973, de 2004, para fins da cessão de uso de imóveis
públicos para a instalação e a consolidação de ambientes promotores da inovação,
caberá ao cedente:
I - providenciar a publicação, em sítio
eletrônico oficial, de extrato da oferta pública da cessão de uso, a qual
conterá, no mínimo:
a)
|
a
identificação e a descrição do imóvel;
|
b)
|
o prazo
de duração da cessão;
|
c)
|
a
finalidade da cessão;
|
d)
|
o prazo
e a forma de apresentação da proposta pelos interessados; e
|
e)
|
os
critérios de escolha do cessionário; e
|
II - observar critérios impessoais de escolha, a
qual será orientada:
a)
|
pela
formação de parcerias estratégicas entre os setores público e privado;
|
b)
|
pelo
incentivo ao desenvolvimento tecnológico;
|
c)
|
pela
interação entre as empresas e as ICT; ou
|
d)
|
por
outros critérios de avaliação dispostos expressamente na oferta pública da
cessão de uso.
|
§ 1º A oferta pública da cessão de uso será
inexigível, de forma devidamente justificada e demonstrada, na hipótese de
inviabilidade de competição.
§ 2º A cessão de uso ficará condicionada à
apresentação, pelo interessado, de Certidão Negativa de Débitos Relativos a
Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União, Certificado de
Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas e prova de regularidade relativa à Seguridade Social,
hipótese em que serão consideradas regulares as certidões positivas com efeito
de negativas.
§ 3º O termo de cessão será celebrado pela
autoridade máxima do órgão ou da entidade pública cedente, permitida a
delegação, vedada a subdelegação.
§ 4º O cedente poderá receber os recursos
oriundos da contrapartida financeira e será facultado ainda ao cedente dispor
que tais receitas serão recebidas por ICT pública federal diretamente ou,
quando previsto em contrato ou convênio, por meio da fundação de apoio.
§ 5º A contrapartida não financeira poderá
consistir em fornecimento de produtos e serviços, participação societária,
investimentos em infraestrutura, capacitação e qualificação de recursos humanos
em áreas compatíveis com a finalidade da Lei nº 10.973, de 2004, entre outras,
que sejam economicamente mensuráveis.
§ 6º A cessão de uso terá prazo certo, outorgada
por período adequado à natureza do empreendimento, admitidas renovações
sucessivas, sem prejuízo da extinção da cessão caso o cessionário dê ao imóvel
destinação diversa daquela prevista no instrumento.
§ 7º Encerrado o prazo da cessão de uso de imóvel
público, a propriedade das construções e das benfeitorias reverterá ao
outorgante cedente, independentemente de indenização, se as partes não houverem
estipulado o contrário.
§ 8º É cláusula obrigatória do instrumento
previsto neste artigo o envio de informações ao Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações sobre os indicadores de desempenho de
ambientes promotores da inovação, quando couber, na forma de norma complementar
a ser editada pelo Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.
§ 9º Na hipótese de imóvel de titularidade da
União, a Secretaria de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão fará a entrega do imóvel ao Ministério supervisor para
fins da execução do empreendimento, observada a legislação patrimonial quanto à
utilização dos imóveis da União.
Art. 8º Na hipótese de cessão do uso de
imóvel público, a entidade gestora poderá destinar a terceiros áreas no espaço
cedido para o exercício de atividades e serviços de apoio necessárias ou
convenientes ao funcionamento do ambiente de inovação, tais como postos
bancários, unidades de serviços de saúde, restaurantes, livrarias, creches,
entre outros, sem que seja estabelecida qualquer relação jurídica entre o
cedente e os terceiros.
Parágrafo único. O contrato de cessão
deverá prever que a entidade gestora realizará processo seletivo para ocupação
dos espaços cedidos para as atividades e os serviços de apoio de que trata o caput.
Art. 9º As entidades gestoras privadas
estabelecerão regras para:
I - fomento, concepção e desenvolvimento de
projetos em parceria;
II - seleção de empresas e instituições públicas
ou privadas, nacionais ou estrangeiras, com ou sem fins lucrativos, para
ingresso nos ambientes promotores da inovação, observado o disposto na Lei nº
10.973, de 2004, e neste Decreto;
III - captação de recursos, participação
societária, aporte de capital e criação de fundos de investimento, observado o
disposto no art. 23 da Lei nº 10.973, de 2004, e na legislação específica e
IV - outros assuntos pertinentes ao funcionamento
do ambiente promotor da inovação.
Art. 10. Na hipótese de ambientes promotores
da inovação que se encontrem sob a gestão de órgãos ou entidades públicas, a
instituição gestora divulgará edital de seleção para a disponibilização de
espaço em prédios compartilhados com pessoas jurídicas interessadas em
ingressar nesse ambiente.
§ 1º O edital de seleção deverá dispor sobre as
regras para ingresso no ambiente promotor da inovação e poderá:
I - ser mantido aberto por prazo indeterminado; e
II - exigir que as pessoas jurídicas interessadas
apresentem propostas a serem avaliadas com base em critérios técnicos, sem
prejuízo da realização de entrevistas ou da utilização de métodos similares.
§ 2º Para o ingresso no ambiente promotor da
inovação, a instituição gestora exigirá das interessadas a apresentação de
Certidão Negativa de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à
Dívida Ativa da União, Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas e prova de
regularidade relativa à Seguridade Social, hipótese em que serão consideradas
regulares, para esse fim, as certidões positivas com efeito de negativas.
§ 3º A instituição gestora do ambiente da
inovação poderá não exigir das interessadas a constituição prévia de pessoa
jurídica nas fases preliminares do empreendimento, hipótese em que ficará
dispensada a apresentação dos documentos a que se refere o § 2º.
§ 4º Quando o ambiente promotor da inovação for
um mecanismo de geração de empreendimentos, a instituição gestora e os
proponentes selecionados celebrarão termo simplificado de adesão ao mecanismo,
hipótese em que a assinatura de outro instrumento será dispensada, inclusive na
modalidade residente.
§ 5º A modalidade residente ocorrerá quando o
interessado ocupar a infraestrutura física no mecanismo de geração de
empreendimentos, de forma compartilhada ou não, pelo prazo definido no termo de
adesão.
§ 6º A contrapartida obrigatória, financeira ou
não financeira, será exigida daqueles que ingressarem no mecanismo de geração
de empreendimentos na modalidade residente, observado o disposto no § 4º e no §
5º do art. 7º.
§ 7º O prazo de permanência no mecanismo de
geração de empreendimentos constará do termo de adesão, de maneira a garantir
ao interessado a permanência no mecanismo pelo prazo estabelecido.
§ 8º A autoridade competente para assinar o termo
de adesão ao mecanismo de geração de empreendimentos pelo órgão ou pela
entidade pública federal será definida pelas normas internas da instituição.
CAPÍTULO III
DO ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E DE INOVAÇÃO NO
PROCESSO DE INOVAÇÃO
Seção I
Da transferência de tecnologia
Art. 11. A ICT pública poderá celebrar
contrato de transferência de tecnologia e de licenciamento para outorga de
direito de uso ou de exploração de criação por ela desenvolvida isoladamente ou
por meio de parceria.
§ 1º O contrato mencionado no caput também
poderá ser celebrado com empresas que tenham, em seu quadro societário, aquela
ICT pública ou o pesquisador público daquela ICT, de acordo com o disposto na
política institucional de inovação.
§ 2º A remuneração de ICT privada pela
transferência de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de uso
ou de exploração de criação por ela desenvolvida e oriunda de pesquisa,
desenvolvimento e inovação não impedirá a sua classificação como entidade sem
fins lucrativos.
Art. 12. A realização de licitação em
contratação realizada por ICT ou por agência de fomento para a transferência de
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação
protegida é dispensável.
§ 1º A contratação realizada com dispensa de
licitação em que haja cláusula de exclusividade será precedida de publicação de
extrato da oferta tecnológica em sítio eletrônico oficial da ICT pública, na
forma estabelecida em sua política de inovação.
§ 2º Na hipótese de não concessão de
exclusividade ao receptor de tecnologia ou ao licenciado, os contratos
previstos no caput poderão ser celebrados diretamente, para os fins de
exploração de criação que deles seja objeto.
§ 3º Para os fins do disposto no § 1º-A do art.
6º da Lei nº 10.973, de 2004, considera-se desenvolvimento conjunto as criações
e as inovações resultantes de parcerias entre ICT ou entre ICT e empresa,
incluídas as incubadas oriundas de programa de empreendedorismo da ICT.
§ 4º O extrato de oferta tecnológica previsto no
§ 1º descreverá, no mínimo:
I - o tipo, o nome e a descrição resumida da
criação a ser ofertada; e
II - a modalidade de oferta a ser adotada pela
ICT pública.
§ 5º Os terceiros interessados na oferta
tecnológica comprovarão:
I - a sua regularidade jurídica e fiscal; e
II - a sua qualificação técnica e econômica para
a exploração da criação.
§ 6º A ICT pública definirá, em sua política de
inovação, as modalidades de oferta a serem utilizadas, que poderão incluir a
concorrência pública e a negociação direta.
§ 7º A modalidade de oferta escolhida será
previamente justificada em decisão fundamentada, por meio de processo
administrativo, observado o disposto na política de inovação da ICT pública.
§ 8º Os critérios e as condições para a escolha
da contratação mais vantajosa serão estabelecidos de acordo com a política de
inovação da ICT pública.
Art. 13. A ICT pública poderá ceder os seus
direitos sobre a criação, por meio de manifestação expressa e motivada e a
título não oneroso, ao criador, para que os exerça em seu próprio nome e sob a
sua inteira responsabilidade, ou a terceiro, mediante remuneração, nas
hipóteses e nas condições definidas na sua política de inovação e nas normas da
ICT pública, nos termos da legislação pertinente.
§ 1º O criador que se interessar pela cessão dos
direitos da criação encaminhará solicitação ao órgão ou à autoridade máxima da
instituição, que determinará a instauração de procedimento e submeterá a
solicitação à apreciação do Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT.
§ 2º A ICT pública decidirá expressamente sobre a
cessão dos direitos de que trata o caput no prazo de seis meses, contado
da data do recebimento da solicitação de cessão feita pelo criador, ouvido o
NIT.
§ 3º A cessão a terceiro mediante remuneração de
que trata o caput será precedida de ampla publicidade no sítio
eletrônico oficial da ICT pública, na forma estabelecida em sua política de
inovação.
Seção II
Da política de inovação da Instituição Científica,
Tecnológica e de Inovação
Art. 14. A ICT pública instituirá a sua
política de inovação, que disporá sobre:
I - a organização e a gestão dos processos que
orientarão a transferência de tecnologia; e
II - a geração de inovação no ambiente produtivo,
em consonância com as prioridades da política nacional de ciência, tecnologia e
inovação e com a política industrial e tecnológica nacional.
§ 1º A política a que se refere o caput
estabelecerá, além daqueles previstos no art. 15-A da Lei nº 10.973, de 2004,
as diretrizes e os objetivos para:
I - a participação, a remuneração, o afastamento
e a licença de servidor ou empregado público nas atividades decorrentes das
disposições deste Decreto;
II - a captação, a gestão e a aplicação das
receitas próprias decorrentes das disposições deste Decreto.
III - a qualificação e a avaliação do uso da
adoção dos resultados decorrentes de atividades e projetos de pesquisa; e
IV - o atendimento do inventor independente.
§ 2º A concessão de recursos públicos considerará
a implementação de políticas de inovação por parte das ICT públicas e privadas.
§ 3º A ICT pública publicará em seu sítio
eletrônico oficial os documentos, as normas e os relatórios relacionados com a
sua política de inovação.
§ 4º A política de inovação da ICT estabelecerá
os procedimentos para atender ao disposto no art. 82.
Art. 15. A administração pública poderá
conceder ao pesquisador público que não esteja em estágio probatório licença
sem remuneração para constituir, individual ou associadamente, empresa com a
finalidade de desenvolver atividade empresarial relativa à inovação.
§ 1º A licença a que se refere o caput
ocorrerá pelo prazo de até três anos consecutivos, renovável por igual período.
§ 2º Nos termos estabelecidos no § 2º do art. 15
da Lei nº 10.973, de 2004, não se aplica ao pesquisador público que tenha
constituído empresa na forma deste artigo, durante o período de vigência da
licença, o disposto no inciso X do caput do art. 117 da Lei nº 8.112, de
11 de dezembro de 1990.
§ 3º Na hipótese de a ausência do servidor
licenciado acarretar prejuízo às atividades da ICT integrante da administração
direta ou constituída na forma de autarquia ou fundação, poderá ser efetuada
contratação temporária na forma estabelecida na Lei nº 8.745, de 9 de dezembro
de 1993, independentemente de autorização específica.
§ 4º A licença de que trata este artigo poderá
ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do pesquisador público.
Art. 16. O NIT poderá ser constituído com
personalidade jurídica própria, como entidade privada sem fins lucrativos,
inclusive sob a forma de fundação de apoio.
§ 1º A escolha do NIT caberá ao órgão máximo da
ICT.
§ 2º Cabe à ICT a denominação a ser adotada para
o NIT e a sua posição no organograma institucional.
Art. 17. A ICT pública prestará anualmente,
por meio eletrônico, informações ao Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações, sobre:
I - a política de propriedade intelectual da
instituição;
II - as criações desenvolvidas no âmbito da
instituição;
III - as proteções requeridas e concedidas;
IV - os contratos de licenciamento ou de
transferência de tecnologia celebrados; e
V - os ambientes promotores da inovação
existentes; e
VI - outras informações que o Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações considerar pertinentes, na forma
estabelecida no § 1º.
§ 1º Ato do Ministro de Estado da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações estabelecerá outras informações a serem
prestadas pela ICT pública, além da sua forma de apresentação e dos prazos para
o seu envio.
§ 2º A ICT pública deverá publicar em seu sítio
eletrônico as informações encaminhadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações sob a forma de base de dados abertos, ressalvadas as
informações sigilosas.
§ 3º O Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações divulgará a relação nominal das instituições que não
houverem contribuído para a consolidação de relatórios, no prazo estabelecido
em regulamento, e disponibilizará essa informação até que seja sanada a
irregularidade.
§ 4º As informações de que trata este artigo,
além daquelas publicadas em formato eletrônico sob a forma de base de dados
abertos, serão divulgadas de forma consolidada, em base de dados abertos, pelo
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em seu sítio
eletrônico, ressalvadas as informações sigilosas.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se à ICT
privada beneficiada pelo Poder Público na forma estabelecida neste Decreto.
Seção III
Da internacionalização da Instituição Científica,
Tecnológica e de Inovação
Art. 18. O poder público manterá mecanismos
de fomento, apoio e gestão adequados à internacionalização das ICT públicas,
que poderão exercer fora do território nacional atividades relacionadas com
ciência, tecnologia e inovação, respeitado o disposto em seu estatuto social ou
em norma regimental equivalente, inclusive com a celebração de acordos,
convênios, contratos ou outros instrumentos com entidades públicas ou privadas,
estrangeiras ou organismos internacionais.
§ 1º A atuação de ICT pública no exterior
considerará, entre outros objetivos:
I - o desenvolvimento da cooperação internacional
no âmbito das ICT públicas, incluídas aquelas que atuam no exterior;
II - a execução de atividades de ICT pública
nacional no exterior;
III - a alocação de recursos humanos no exterior;
IV - a contribuição no alcance das metas
institucionais e estratégicas nacionais;
V - a interação com organizações e grupos de
excelência para fortalecer as ICT públicas nacionais;
VI - a geração de conhecimentos e tecnologias
inovadoras para o desenvolvimento nacional;
VII - participação institucional brasileira em
instituições internacionais ou estrangeiras envolvidas na pesquisa e na
inovação científica e tecnológica; e
VIII - a negociação de ativos de propriedade
intelectual com entidades internacionais ou estrangeiras.
§ 2º Ao instituir laboratórios, centros,
escritórios com ICT estrangeiras ou representações em instalações físicas
próprias no exterior, a ICT pública observará:
I - a existência de instrumento formal de
cooperação entre a ICT pública nacional e a entidade estrangeira;
II - a conformidade das atividades com a área de
atuação da ICT pública; e
III - existência de plano de trabalho ou projeto
para a manutenção de instalações, pessoal e atividades do exterior.
§ 3º A ICT pública poderá enviar equipamentos
para atuação no exterior, desde que:
I - estabeleça, em normas internas ou em
instrumento de cooperação, o pagamento de custos relativos ao deslocamento, à
instalação e à manutenção, de forma a manter as suas condições de utilização;
II - determine o período de permanência dos
equipamentos conforme a duração das atividades previstas em projeto de
pesquisa, desenvolvimento ou inovação ao qual estejam vinculados; e
III - exija o retorno dos bens enviados para o
exterior somente quando for economicamente vantajoso para a administração
pública.
§ 4º A ICT pública poderá enviar recursos humanos
para atuação no exterior, desde que:
I - estabeleça, em normas internas ou em
instrumento de cooperação, o pagamento de custos relativos ao deslocamento, à
ambientação e aos demais dispêndios necessários, de acordo com a realidade do
país de destino; e
II - determine o período de permanência dos
profissionais conforme a duração de suas atividades previstas no projeto de
pesquisa, desenvolvimento ou inovação ao qual estejam vinculados.
§ 5º Os procedimentos a que se referem os § 2º, §
3º e § 4º que se encontram vigentes, acordados e subscritos entre as partes até
a data de publicação deste Decreto deverão ser adequados pela administração pública
às disposições deste Decreto, garantida a continuidade da atuação da ICT
pública no exterior.
§ 6º Na hipótese de realização de projetos de
pesquisa ou de projetos para capacitação de recursos humanos, os direitos de
propriedade intelectual sobre os resultados do projeto que for desenvolvido na
instituição no exterior deverão ser neles previstos.
§ 7º Os acordos mencionados no caput
poderão fazer uso de instrumentos jurídicos distintos daqueles previstos no
Capítulo V.
CAPÍTULO IV
DO ESTÍMULO À INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
Seção I
Disposições gerais
Art. 19. Os instrumentos de estímulo à
inovação previstos no art. 19, § 2º-A, da Lei nº 10.973, de 2004, poderão ser
utilizados cumulativamente por órgãos, empresas, instituições públicas ou
privadas, inclusive para o desenvolvimento do mesmo projeto.
Parágrafo único. Na hipótese de cumulação
dos instrumentos para o desenvolvimento do mesmo projeto, os recursos poderão
ser destinados para a mesma categoria de despesa, desde que não haja
duplicidade quanto ao item custeado, ressalvadas as disposições em contrário.
Seção II
Da subvenção econômica
Art. 20. A concessão da subvenção econômica
implicará, obrigatoriamente, a assunção de contrapartida pela empresa beneficiária,
na forma estabelecida em termo de outorga específico.
§ 1º A concessão de recursos financeiros sob a
forma de subvenção econômica, financiamento ou participação societária, com
vistas ao desenvolvimento de produtos ou processos inovadores, será precedida
de aprovação do projeto pelo órgão ou pela entidade concedente.
§ 2º Os recursos destinados à subvenção econômica
serão aplicados no financiamento de atividades de pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e inovação em empresas, admitida sua destinação para despesas de
capital e correntes, desde que destinadas à atividade financiada.
§ 3º Os valores recebidos a título de subvenção
econômica deverão ser mantidos em conta bancária de instituição financeira
pública federal até sua utilização ou sua devolução, atualizados
monetariamente, conforme exigido para a quitação de débitos para com a Fazenda
Nacional, com base na variação da Taxa Referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - Selic, acumulada mensalmente, até o último dia do
mês anterior ao da devolução dos recursos, acrescidos de um por cento no mês de
efetivação da devolução dos recursos à conta única do Tesouro Nacional.
Art. 21. O termo de outorga de subvenção
econômica conterá obrigatoriamente:
I - a descrição do projeto de pesquisa,
desenvolvimento tecnológico e inovação a ser executado pela empresa, dos
resultados a serem atingidos e das metas a serem alcançadas, os prazos de
execução e os parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das
metas;
II - o valor total a ser aplicado no projeto, o
cronograma de desembolso e a estimativa de despesas, que deverão constar do
plano de trabalho; e
III - a forma de execução do projeto e de
cumprimento das metas a ele atreladas, assegurada ao beneficiário a
discricionariedade necessária para o alcance das metas estabelecidas.
§ 1º O plano de trabalho constará como anexo do
termo de outorga e será parte integrante e indissociável deste, e somente
poderá ser modificado segundo os critérios e a forma definidos pela concedente,
desde que não desnature o objeto do termo:
I - por meio de comunicação justificada do
responsável pelo projeto, quando a modificação implicar alteração de até vinte
por cento nas dotações orçamentárias estimadas ou na distribuição entre grupos
de natureza de despesa, desde que o valor global do projeto não seja alterado,
e
II - por meio de anuência prévia e expressa da
concedente, nas demais hipóteses.
§ 2º Os termos de outorga deverão ser assinados
pelo dirigente máximo do órgão ou da entidade da administração pública,
permitida a delegação, vedada a subdelegação.
Art. 22. As despesas realizadas com recursos
da subvenção serão registradas na plataforma eletrônica de que trata o § 5º do
art. 38, dispensada a inserção de notas, comprovantes fiscais ou recibos.
§ 1º Na hipótese de a plataforma eletrônica de
que trata o caput não estar disponível, os pagamentos deverão ser
realizados em conta bancária específica por meio de transferência eletrônica
que permita a identificação do beneficiário final.
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, o pagamento
em espécie somente poderá ser realizado mediante justificativa, o que não
dispensará a identificação do beneficiário final da despesa nos registros
contábeis do projeto.
§ 3º A concedente, em ato próprio, poderá exigir,
além do registro eletrônico de que tratam o caput e o § 1º, relatório
simplificado de execução financeira para projetos de maior vulto financeiro,
conforme estabelecido, consideradas as faixas e as tipologias aplicáveis aos
projetos.
Art. 23. A concedente adotará medidas para
promover a boa gestão dos recursos transferidos, entre as quais serão
obrigatórias:
I - a divulgação da lista completa dos projetos
apoiados, de seus responsáveis e dos valores desembolsados;
II - a divulgação de canal para denúncia de
irregularidades, de fraudes ou de desperdício de recursos no seu sítio
eletrônico oficial;
III - a definição de equipe ou estrutura
administrativa com capacidade de apurar eventuais denúncias; e
IV - a exigência de que os participantes do
projeto assinem documento do qual constem informações sobre como fazer
denúncias, sobre o canal existente no sítio eletrônico e sobre a importância da
integridade na aplicação dos recursos.
Art. 24. A Financiadora de Estudos e
Projetos - Finep, na qualidade de Secretaria-Executiva do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, observado o disposto no art. 1º,
parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.973, de 2004, credenciará agências de
fomento regionais, estaduais e locais, e instituições de crédito oficiais, com
vistas a descentralizar e a aumentar a capilaridade dos programas de concessão
de subvenção às microempresas e às empresas de pequeno porte, sem prejuízo da
concessão direta.
Parágrafo único. A Finep adotará
procedimentos simplificados, inclusive quanto aos formulários de apresentação
de projetos, para a concessão de subvenção às microempresas e às empresas de
pequeno porte.
Seção III
Do apoio a projetos
Art. 25. A utilização de materiais ou de
infraestrutura integrantes do patrimônio do órgão ou da entidade incentivador
ou promotor da cooperação ocorrerá por meio da celebração de termo próprio que
estabeleça as obrigações das partes, observada a duração prevista no cronograma
de execução do projeto de cooperação.
§ 1º O termo de que trata o caput poderá
prever o fornecimento gratuito de material de consumo, desde que demonstrada a
vantagem da aquisição pelo Poder Público para a execução do projeto.
§ 2º A redestinação do material cedido ou a sua
utilização em finalidade diversa daquela prevista acarretará para o
beneficiário as cominações administrativas, civis e penais previstas em lei.
Seção IV
Do bônus tecnológico
Art. 26. O bônus tecnológico é uma subvenção
a microempresas e a empresas de pequeno e médio porte, com base em dotações
orçamentárias de órgãos e entidades da administração pública, destinada ao
pagamento de compartilhamento e ao uso de infraestrutura de pesquisa e
desenvolvimento tecnológicos, de contratação de serviços tecnológicos
especializados ou de transferência de tecnologia, quando esta for meramente
complementar àqueles serviços.
§ 1º São consideradas microempresas e empresas de
pequeno porte aquelas empresas que atendam aos critérios estabelecidos no art.
3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e empresas de médio
porte aquelas que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta superior ao
limite estabelecido para pequenas empresas na referida Lei e inferior ou igual
a esse valor multiplicado por dez.
§ 2º A concessão do bônus tecnológico implicará,
obrigatoriamente, a assunção de contrapartida financeira ou nãofinanceira pela
empresa beneficiária, na forma estabelecida pela concedente.
§ 3º O bônus tecnológico será concedido por meio
de termo de outorga e caberá ao órgão ou à entidade concedente dispor sobre os
critérios e os procedimentos para a sua concessão.
§ 4º A concedente deverá realizar a análise
motivada de admissibilidade das propostas apresentadas, especialmente quanto ao
porte da empresa, à destinação dos recursos solicitados e à regularidade fiscal
e previdenciária do proponente.
§ 5º As solicitações de bônus tecnológico poderão
ser apresentadas de forma isolada ou conjugada com outros instrumentos de
apoio, de acordo com os critérios e os procedimentos estabelecidos pela
concedente.
§ 6º Na hipótese de concessão de forma isolada, a
concedente adotará procedimento simplificado para seleção das empresas que
receberão o bônus tecnológico.
§ 7º O bônus tecnológico deverá ser utilizado no
prazo máximo de doze meses, contado da data do recebimento dos recursos pela
empresa.
§ 8º O uso indevido dos recursos ou o
descumprimento do prazo estabelecido no § 7º implicará a perda ou a restituição
do benefício concedido.
§ 9º O bônus tecnológico poderá ser utilizado
para a contratação de ICT pública ou privada ou de empresas, de forma
individual ou consorciada.
§ 10. A prestação de contas será feita de forma
simplificada e privilegiará os resultados obtidos, conforme definido pelo órgão
ou pela entidade da administração pública concedente.
Seção V
Da encomenda tecnológica
Subseção I
Disposições gerais
Art. 27. Os órgãos e as entidades da
administração pública poderão contratar diretamente ICT pública ou privada,
entidades de direito privado sem fins lucrativos ou empresas, isoladamente ou
em consórcio, voltadas para atividades de pesquisa e de reconhecida capacitação
tecnológica no setor, com vistas à realização de atividades de pesquisa,
desenvolvimento e inovação que envolvam risco tecnológico, para solução de
problema técnico específico ou obtenção de produto, serviço ou processo
inovador, nos termos do art. 20 da Lei nº 10.973, de 2004, e do inciso XXXI do
art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º Para os fins do caput, são
consideradas como voltadas para atividades de pesquisa aquelas entidades,
públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, que tenham experiência na
realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, dispensadas
as seguintes exigências:
I - que conste expressamente do ato constitutivo
da contratada a realização de pesquisa entre os seus objetivos institucionais;
e
II - que a contratada se dedique, exclusivamente,
às atividades de pesquisa.
§ 2º Na contratação da encomenda, também poderão
ser incluídos os custos das atividades que precedem a introdução da solução, do
produto, do serviço ou do processo inovador no mercado, dentre as quais:
I - a fabricação de protótipos;
II - o escalonamento, como planta piloto para
prova de conceito, testes e demonstração; e
III - a construção da primeira planta em escala
comercial, quando houver interesse da administração pública no fornecimento de
que trata o § 4º do art. 20 da Lei nº 10.973, de 2004.
§ 3º Caberá ao contratante descrever as
necessidades de modo a permitir que os interessados identifiquem a natureza do
problema técnico existente e a visão global do produto, do serviço ou do
processo inovador passível de obtenção, dispensadas as especificações técnicas
do objeto devido à complexidade da atividade de pesquisa, desenvolvimento e
inovação ou por envolver soluções inovadoras não disponíveis no mercado.
§ 4º Na fase prévia à celebração do contrato, o
órgão ou a entidade da administração pública deverá consultar potenciais
contratados para obter informações necessárias à definição da encomenda,
observado o seguinte:
I - a necessidade e a forma da consulta serão
definidas pelo órgão ou pela entidade da administração pública;
II - as consultas não implicarão desembolso de
recursos por parte do órgão ou da entidade da administração pública e tampouco
preferência na escolha do fornecedor ou do executante; e
III - as consultas e as respostas dos potenciais
contratados, quando feitas formalmente, deverão ser anexadas aos autos do
processo de contratação, ressalvadas eventuais informações de natureza
industrial, tecnológica ou comercial que devam ser mantidas sob sigilo.
§ 5º O órgão ou a entidade da administração
pública contratante poderá criar, por meio de ato de sua autoridade máxima,
comitê técnico de especialistas para assessorar a instituição na definição do
objeto da encomenda, na escolha do futuro contratado, no monitoramento da
execução contratual e nas demais funções previstas neste Decreto, observado o
seguinte:
I - os membros do comitê técnico deverão assinar
declaração de que não possuem conflito de interesse na realização da atividade
de assessoria técnica ao contratante; e
II - a participação no comitê técnico será
considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.
§ 6º As auditorias técnicas e financeiras a que
se refere este Decreto poderão ser realizadas pelo comitê técnico de
especialistas.
§ 7º O contratante definirá os parâmetros mínimos
aceitáveis para utilização e desempenho da solução, do produto, do serviço ou
do processo objeto da encomenda.
§ 8º A administração pública negociará a
celebração do contrato de encomenda tecnológica, com um ou mais potenciais
interessados, com vistas à obtenção das condições mais vantajosas de
contratação, observadas as seguintes diretrizes:
I - a negociação será transparente, com
documentação pertinente anexada aos autos do processo de contratação,
ressalvadas eventuais informações de natureza industrial, tecnológica ou comercial
que devam ser mantidas sob sigilo;
II - a escolha do contratado será orientada para
a maior probabilidade de alcance do resultado pretendido pelo contratante, e
não necessariamente para o menor preço ou custo, e a administração pública
poderá utilizar, como fatores de escolha, a competência técnica, a capacidade
de gestão, as experiências anteriores, a qualidade do projeto apresentado e
outros critérios significativos de avaliação do contratado; e
III - o projeto específico de que trata o § 9º
poderá ser objeto de negociação com o contratante, permitido ao contratado,
durante a elaboração do projeto, consultar os gestores públicos responsáveis
pela contratação e, se houver, o comitê técnico de especialistas.
§ 9º A celebração do contrato de encomenda
tecnológica ficará condicionada à aprovação prévia de projeto específico, com
etapas de execução do contrato estabelecidas em cronograma físico-financeiro, a
ser elaborado pelo contratado, com observância aos objetivos a serem atingidos
e aos requisitos que permitam a aplicação dos métodos e dos meios
indispensáveis à verificação do andamento do projeto em cada etapa, além de
outros elementos estabelecidos pelo contratante.
§ 10. A contratação prevista no caput
poderá englobar a transferência de tecnologia para viabilizar a produção e o
domínio de tecnologias essenciais para o País, definidas em atos específicos
dos Ministros de Estados responsáveis por sua execução.
§ 11. Sem prejuízo da responsabilidade assumida
no instrumento contratual, o contratado poderá subcontratar determinadas etapas
da encomenda, até o limite previsto no termo de contrato, hipótese em que o
subcontratado observará as mesmas regras de proteção do segredo industrial,
tecnológico ou comercial aplicáveis ao contratado.
Art. 28. O contratante será informado quanto
à evolução do projeto e aos resultados parciais alcançados e deverá monitorar a
execução do objeto contratual, por meio da mensuração dos resultados alcançados
em relação àqueles previstos, de modo a permitir a avaliação da sua perspectiva
de êxito, além de indicar eventuais ajustes que preservem o interesse das
partes no cumprimento dos objetivos pactuados.
§ 1º Encerrada a vigência do contrato, sem
alcance integral ou com alcance parcial do resultado almejado, o órgão ou a
entidade contratante, a seu exclusivo critério, poderá, por meio de auditoria
técnica e financeira:
I - prorrogar o seu prazo de duração; ou
II - elaborar relatório final, hipótese em que
será considerado encerrado.
§ 2º O projeto contratado poderá ser
descontinuado sempre que verificada a inviabilidade técnica ou econômica no seu
desenvolvimento, por meio da rescisão do contrato:
I - por ato unilateral da administração pública;
ou
II - por acordo entre as partes, de modo
amigável.
§ 3º A inviabilidade técnica ou econômica
referida no § 2º deverá ser comprovada por meio de avaliação técnica e
financeira.
§ 4º Na hipótese de descontinuidade do projeto
contratado prevista no § 2º, o pagamento ao contratado cobrirá as despesas já
incorridas na execução efetiva do projeto, consoante o cronograma
físico-financeiro aprovado, mesmo que o contrato tenha sido celebrado sob a
modalidade de preço fixo ou de preço fixo mais remuneração variável de
incentivo.
§ 5º Na hipótese de o projeto ser conduzido nos
moldes contratados e os resultados obtidos serem diversos daqueles almejados em
função do risco tecnológico, comprovado por meio de avaliação técnica e
financeira, o pagamento obedecerá aos termos estabelecidos no contrato.
Subseção II
Das formas de remuneração
Art. 29. O pagamento decorrente do contrato
de encomenda tecnológica será efetuado proporcionalmente aos trabalhos
executados no projeto, consoante o cronograma físico-financeiro aprovado, com a
possibilidade de adoção de remunerações adicionais associadas ao alcance de
metas de desempenho no projeto, nos termos desta Subseção.
§ 1º Os órgãos e as entidades da administração
pública poderão utilizar diferentes modalidades de remuneração de contrato de
encomenda para compartilhar o risco tecnológico e contornar a dificuldade de
estimar os custos de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação a
partir de pesquisa de mercado, quais sejam:
I - preço fixo;
II - preço fixo mais remuneração variável de
incentivo;
III - reembolso de custos sem remuneração
adicional;
IV - reembolso de custos mais remuneração
variável de incentivo; ou
V - reembolso de custos mais remuneração fixa de
incentivo.
§ 2º A escolha da modalidade de que trata este
artigo deverá ser devidamente motivada nos autos do processo, conforme as
especificidades do caso concreto, e aprovada expressamente pela autoridade
superior.
§ 3º Os contratos celebrados sob a modalidade de
preço fixo são aqueles utilizados quando o risco tecnológico é baixo e em que é
possível antever, com nível razoável de confiança, os reais custos da
encomenda, hipótese em que o termo de contrato estabelecerá o valor a ser pago
ao contratado e o pagamento ocorrerá ao final de cada etapa do projeto ou ao
final do projeto.
§ 4º O preço fixo somente poderá ser modificado:
I - se forem efetuados os ajustes de que trata o caput
do art. 28;
II - na hipótese de reajuste por índice setorial
ou geral de preços, nos prazos e nos limites autorizados pela legislação
federal;
III - para recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior; ou
IV - por necessidade de alteração do projeto ou
das especificações para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação,
a pedido da administração pública, desde que não decorrentes de erros ou
omissões por parte do contratado, observados os limites previstos no § 1º do
art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 5º Os contratos celebrados sob a modalidade de
preço fixo mais remuneração variável de incentivo serão utilizados quando as
partes puderem prever com margem de confiança os custos do projeto e quando for
interesse do contratante estimular o atingimento de metas previstas no projeto
relativas aos prazos ou ao desempenho técnico do contratado.
§ 6º Os contratos que prevejam o reembolso de
custos serão utilizados quando os custos do projeto não forem conhecidos no
momento da realização da encomenda em razão do risco tecnológico, motivo pelo
qual estabelecem o pagamento das despesas incorridas pelo contratado na
execução do objeto, hipótese em que será estabelecido limite máximo de gastos
para fins de reserva de orçamento que o contratado não poderá exceder, exceto
por sua conta e risco, sem prévio acerto com o contratante.
§ 7º Nos contratos que adotam apenas a modalidade
de reembolso de custos sem remuneração adicional, a administração pública
arcará somente com as despesas associadas ao projeto incorridas pelo contratado
e não caberá remuneração ou outro pagamento além do custo.
§ 8º A modalidade de reembolso de custos sem
remuneração adicional é indicada para encomenda tecnológica celebrada com
entidade sem fins lucrativos ou cujo contratado tenha expectativa de ser
compensado com benefícios indiretos, a exemplo de algum direito sobre a
propriedade intelectual ou da transferência de tecnologia.
§ 9º Os contratos celebrados sob a modalidade de
reembolso de custos mais remuneração variável de incentivo são aqueles que,
além do reembolso de custos, adotam remunerações adicionais vinculadas ao
alcance de metas previstas no projeto, em especial metas associadas à contenção
de custos, ao desempenho técnico e aos prazos de execução ou de entrega.
§ 10. Os contratos celebrados sob a modalidade de
reembolso de custos mais remuneração fixa de incentivo são aqueles que, além do
reembolso dos custos, estabelecem o pagamento ao contratado de remuneração
negociada entre as partes, que será definida no instrumento contratual e que
somente poderá ser modificada nas hipóteses previstas nos incisos de I a IV do
§ 4º.
§ 11. A remuneração fixa de incentivo não poderá
ser calculada como percentual das despesas efetivamente incorridas pelo
contratado.
§ 12. A política de reembolso de custos pelo
contratante observará as seguintes diretrizes:
I - separação correta entre os custos incorridos
na execução da encomenda dos demais custos do contratado;
II - razoabilidade dos custos;
III - previsibilidade mínima dos custos; e
IV - necessidade real dos custos apresentados
pelo contratado para a execução da encomenda segundo os parâmetros
estabelecidos no instrumento contratual.
§ 13. Nos contratos que prevejam o reembolso de
custos, caberá ao contratante exigir do contratado sistema de contabilidade de
custos adequado, a fim de que seja possível mensurar os custos reais da
encomenda.
§ 14. As remunerações de incentivo serão
definidas pelo contratante com base nas seguintes diretrizes:
I - compreensão do mercado de atuação do
contratado;
II - avaliação correta dos riscos e das
incertezas associadas à encomenda tecnológica;
III - economicidade;
IV - compreensão da capacidade de entrega e do
desempenho do contratado;
V - estabelecimento de metodologias de avaliação
transparentes, razoáveis e auditáveis; e
VI - compreensão dos impactos potenciais da
superação ou do não atingimento das metas previstas no contrato.
Art. 30. As partes deverão definir, no
instrumento contratual, a titularidade ou o exercício dos direitos de
propriedade intelectual resultante da encomenda e poderão dispor sobre a cessão
do direito de propriedade intelectual, o licenciamento para exploração da
criação e a transferência de tecnologia, observado o disposto no § 4º e no § 5º
do art. 6º da Lei nº 10.973, de 2004.
§ 1º O contratante poderá, mediante demonstração
de interesse público, ceder ao contratado a totalidade dos direitos de
propriedade intelectual, por meio de compensação financeira ou não financeira,
desde que economicamente mensurável, inclusive quanto ao licenciamento da
criação à administração pública sem o pagamento de royalty ou de outro tipo de
remuneração.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, o contrato de
encomenda tecnológica deverá prever que o contratado detentor do direito
exclusivo de exploração de criação protegida perderá automaticamente esse
direito caso não comercialize a criação no prazo e nas condições definidos no
contrato, situação em que os direitos de propriedade intelectual serão
revertidos em favor da administração pública.
§ 3º A transferência de tecnologia, a cessão de
direitos e o licenciamento para exploração de criação cujo objeto interesse à
defesa nacional observarão o disposto no § 3º do art. 75 da Lei nº 9.279, de 14
de maio de 1996.
§ 4º Na hipótese de omissão do instrumento
contratual, os resultados do projeto, a sua documentação e os direitos de
propriedade intelectual pertencerão ao contratante.
Subseção III
Do fornecimento à administração
Art. 31. O fornecimento, em escala ou não,
do produto, do serviço ou do processo inovador resultante das atividades de
pesquisa, desenvolvimento e inovação encomendadas na forma estabelecida neste
Decreto poderá ser contratado com dispensa de licitação, inclusive com o
próprio desenvolvedor da encomenda.
Parágrafo único. O contrato de encomenda
tecnológica poderá prever opção de compra dos produtos, dos serviços ou dos
processos resultantes da encomenda.
Art. 32. Quando o contrato de encomenda
tecnológica estabelecer a previsão de fornecimento em escala do produto, do
serviço ou do processo inovador, as partes poderão celebrar contrato, com
dispensa de licitação, precedido da elaboração de planejamento do fornecimento,
acompanhado de termo de referência com as especificações do objeto encomendado
e de informações sobre:
I - a justificativa econômica da contratação;
II - a demanda do órgão ou da entidade;
III - os métodos objetivos de mensuração do
desempenho dos produtos, dos serviços ou dos processos inovadores; e
IV - quando houver, as exigências de
certificações emitidas por instituições públicas ou privadas credenciadas.
Art. 33. Compete aos Ministérios da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão editar as normas complementares sobre o processo de encomenda
tecnológica, sem prejuízo de sua aplicação imediata e das competências
normativas de órgãos e entidades executores em suas esferas.
Parágrafo único. Previamente à edição das
normas complementares de que trata o caput, os Ministérios da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão deverão realizar consulta pública.
CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE PARCERIA
Seção I
Do termo de outorga
Art. 34. O termo de outorga é o instrumento
jurídico utilizado para concessão de bolsas, de auxílios, de bônus tecnológico
e de subvenção econômica.
§ 1º Cada órgão ou entidade estabelecerá em ato
normativo as condições, os valores, os prazos e as responsabilidades dos termos
de outorga que utilizar, observadas as seguintes disposições:
I - a vigência do termo de outorga terá prazo
compatível com o objeto da pesquisa;
II - os valores serão compatíveis com a
complexidade do projeto de pesquisa e com a qualificação dos profissionais;
III - os critérios de seleção privilegiarão a
escolha dos melhores projetos, segundo os critérios definidos pela concedente;
e
IV - o processo seletivo assegurará transparência
nos critérios de participação e de seleção.
§ 2º Considera-se bolsa o aporte de recursos
financeiros, em benefício de pessoa física, que não importe contraprestação de
serviços, destinado à capacitação de recursos humanos ou à execução de projetos
de pesquisa científica e tecnológica e desenvolvimento de tecnologia, produto
ou processo e às atividades de extensão tecnológica, de proteção da propriedade
intelectual e de transferência de tecnologia.
§ 3º Considera-se auxílio o aporte de recursos
financeiros, em benefício de pessoa física, destinados:
I - aos projetos, aos programas e às redes de
pesquisa, desenvolvimento e inovação, diretamente ou em parceria;
II - às ações de divulgação científica e
tecnológica para a realização de eventos científicos;
III - à participação de estudantes e de
pesquisadores em eventos científicos;
IV - à editoração de revistas científicas; e
V - às atividades acadêmicas em programas de
pós-graduação stricto sensu.
§ 4º O termo de outorga de auxílio somente poderá
ser modificado segundo os critérios e a forma definidos pela concedente, desde
que não desnature o objeto do termo:
I - por meio de comunicação justificada do
responsável pelo projeto, quando a modificação implicar alteração de até vinte
por cento nas dotações orçamentárias estimadas ou na distribuição entre grupos
de natureza de despesa, desde que o valor global do projeto não seja alterado;
e
II - por meio da anuência prévia e expressa da
concedente, nas demais hipóteses.
Seção II
Do acordo de parceria para pesquisa,
desenvolvimento e inovação
Art. 35. O acordo de parceria para pesquisa,
desenvolvimento e inovação é o instrumento jurídico celebrado por ICT com
instituições públicas ou privadas para realização de atividades conjuntas de
pesquisa científica e tecnológica e de desenvolvimento de tecnologia, produto,
serviço ou processo, sem transferência de recursos financeiros públicos para o
parceiro privado, observado o disposto no art. 9º da Lei nº 10.973, de 2004.
§ 1º A celebração do acordo de parceria para
pesquisa, desenvolvimento e inovação deverá ser precedida da negociação entre
os parceiros do plano de trabalho, do qual deverá constar obrigatoriamente:
I - a descrição das atividades conjuntas a serem
executadas, de maneira a assegurar discricionariedade aos parceiros para
exercer as atividades com vistas ao atingimento dos resultados pretendidos;
II - a estipulação das metas a serem atingidas e
os prazos previstos para execução, além dos parâmetros a serem utilizados para
a aferição do cumprimento das metas, considerados os riscos inerentes aos
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação;
III - a descrição, nos termos estabelecidos no §
3º, dos meios a serem empregados pelos parceiros; e
IV - a previsão da concessão de bolsas, quando
couber, nos termos estabelecidos no § 4º.
§ 2º O plano de trabalho constará como anexo do
acordo de parceria e será parte integrante e indissociável deste, e somente
poderá ser modificado segundo os critérios e a forma definidos em comum acordo
entre os partícipes.
§ 3º As instituições que integram os acordos de
parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação poderão permitir a
participação de recursos humanos delas integrantes para a realização das
atividades conjuntas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, inclusive para as
atividades de apoio e de suporte, e também ficarão autorizadas a prover capital
intelectual, serviços, equipamentos, materiais, propriedade intelectual,
laboratórios, infraestrutura e outros meios pertinentes à execução do plano de
trabalho.
§ 4º O servidor, o militar, o empregado da ICT
pública e o estudante de curso técnico, de graduação ou de pós-graduação,
envolvidos na execução das atividades previstas no caput poderão receber
bolsa de estímulo à inovação diretamente da ICT a que estiverem vinculados, de
fundação de apoio ou de agência de fomento, observado o disposto no § 4º do
art. 9º da Lei nº 10.973, de 2004.
§ 5º Na hipótese de remuneração do capital
intelectual, deverá haver cláusula específica no instrumento celebrado mediante
estabelecimento de valores e destinação de comum acordo.
§ 6º O acordo de parceria para pesquisa,
desenvolvimento e inovação poderá prever a transferência de recursos
financeiros dos parceiros privados para os parceiros públicos, inclusive por
meio de fundação de apoio, para a consecução das atividades previstas neste
Decreto.
§ 7º Na hipótese prevista no § 6º, as agências de
fomento poderão celebrar acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e
inovação para atender aos objetivos previstos no art. 3º da Lei nº 10.973, de
2004.
§ 8º A prestação de contas da ICT ou da agência
de fomento, na hipótese prevista no § 6º, deverá ser disciplinada no acordo de
parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Art. 36. A celebração do acordo de parceria
para pesquisa, desenvolvimento e inovação dispensará licitação ou outro
processo competitivo de seleção equivalente.
Art. 37. As partes deverão definir, no
acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação, a titularidade da
propriedade intelectual e a participação nos resultados da exploração das
criações resultantes da parceria, de maneira a assegurar aos signatários o
direito à exploração, ao licenciamento e à transferência de tecnologia,
observado o disposto no § 4º ao § 7º do art. 6º da Lei nº 10.973, de 2004.
§ 1º A propriedade intelectual e a participação
nos resultados referidas no caput serão asseguradas aos parceiros, nos
termos estabelecidos no acordo, hipótese em que será admitido à ICT pública
ceder ao parceiro privado a totalidade dos direitos de propriedade intelectual
mediante compensação financeira ou não financeira, desde que economicamente
mensurável, inclusive quanto ao licenciamento da criação à administração
pública sem o pagamento de royalty ou de outro tipo de remuneração.
§ 2º Na hipótese de a ICT pública ceder ao
parceiro privado a totalidade dos direitos de propriedade intelectual, o acordo
de parceria deverá prever que o parceiro detentor do direito exclusivo de
exploração de criação protegida perderá automaticamente esse direito caso não
comercialize a criação no prazo e nas condições definidos no acordo, situação
em que os direitos de propriedade intelectual serão revertidos em favor da ICT
pública, conforme disposto em sua política de inovação.
Seção III
Do convênio para pesquisa, desenvolvimento e
inovação
Subseção I
Da celebração do convênio para pesquisa,
desenvolvimento e inovação
Art. 38. O convênio para pesquisa,
desenvolvimento e inovação é o instrumento jurídico celebrado entre os órgãos e
as entidades da União, as agências de fomento e as ICT públicas e privadas para
execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com transferência
de recursos financeiros públicos, observado o disposto no art. 9º-A da Lei nº
10.973, de 2004.
§ 1º Os projetos de pesquisa, desenvolvimento e
inovação poderão contemplar, entre outras finalidades:
I - a execução de pesquisa científica básica,
aplicada ou tecnológica;
II - o desenvolvimento de novos produtos,
serviços ou processos e aprimoramento dos já existentes;
III- a fabricação de protótipos para avaliação,
teste ou demonstração; e
IV - a capacitação, a formação e o
aperfeiçoamento de recursos humanos para atuação em pesquisa, desenvolvimento e
inovação, inclusive no âmbito de programas de pós-graduação.
§ 2º A vigência do convênio para pesquisa,
desenvolvimento e inovação deverá ser suficiente à realização plena do objeto,
admitida a prorrogação, desde que justificada tecnicamente e refletida em
ajuste do plano de trabalho.
§ 3º A convenente somente poderá pagar despesas
em data posterior ao término da execução do convênio se o fato gerador da
despesa houver ocorrido durante sua vigência.
§ 4º Ato conjunto dos Ministros de Estado da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão disciplinará a exigência de contrapartida como requisito
para celebração do convênio para pesquisa, desenvolvimento e inovação.
§ 5º O processamento será realizado por meio de
plataforma eletrônica específica desenvolvida conjuntamente pelos Ministérios
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão.
§ 6º Na hipótese de remuneração do capital
intelectual, deverá haver cláusula específica no instrumento celebrado mediante
estabelecimento de valores e destinação de comum acordo.
Art. 39. A celebração do convênio para
pesquisa, desenvolvimento e inovação poderá ser feita por meio de:
I - processo seletivo promovido pela concedente;
ou
II - apresentação de proposta de projeto por
iniciativa de ICT pública.
§ 1º A hipótese prevista no inciso II do caput
aplica-se excepcionalmente às ICT privadas mediante justificativa que considere
os requisitos estabelecidos no inciso II do § 2º.
§ 2º A celebração de convênio de pesquisa,
desenvolvimento e inovação por meio de processo seletivo observará,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - ser precedida da publicação, em sítio
eletrônico oficial, por prazo não inferior a quinze dias, de extrato do projeto
de pesquisa, desenvolvimento e inovação, o qual deverá conter, no mínimo, o
valor do apoio financeiro, o prazo e a forma de apresentação da proposta pelos
interessados; e
II - respeitar critérios impessoais de escolha, a
qual deverá ser orientada pela competência técnica, pela capacidade de gestão,
pelas experiências anteriores ou por outros critérios qualitativos de avaliação
dos interessados.
§ 3º A publicação de extrato referida no inciso I
do § 2º é inexigível, de forma devidamente justificada, na hipótese de
inviabilidade de competição.
§ 4º Os órgãos e as entidades da União poderão
celebrar convênios para pesquisa, desenvolvimento e inovação a partir da
iniciativa das ICT públicas ou privadas na apresentação de propostas de projeto
de pesquisa, desenvolvimento e inovação, hipótese em que a concessão do apoio
observará o disposto no inciso II do § 2º e, ainda, a relevância do projeto
para a missão institucional do concedente, a sua aderência aos planos e às
políticas do Governo federal e a disponibilidade orçamentária e financeira.
§ 5º Após o recebimento de proposta na forma
estabelecida no § 4º, o órgão ou a entidade da administração pública federal
poderá optar pela realização de processo seletivo.
Art. 40. Ficará impedida de celebrar
convênio para pesquisa, desenvolvimento e inovação a ICT privada que:
I - esteja omissa no dever de prestar contas de
convênio ou qualquer outro tipo de parceria anteriormente celebrada ou tenha
tido as contas rejeitadas pela administração pública federal nos últimos cinco
anos, exceto se:
a)
|
a
irregularidade que motivou a rejeição for sanada e os débitos eventualmente
imputados forem quitados;
|
b)
|
a
decisão pela rejeição for reconsiderada ou revista; ou
|
c)
|
a
apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito
suspensivo;
|
II - tenha tido contas julgadas irregulares ou
rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, em decisão irrecorrível, nos
últimos cinco anos;
III - tenha sido punida com sanção que impeça a
participação em licitação ou a contratação com a administração pública federal
ou com a concedente, pelo período que durar a penalidade;
IV - tenha sido punida com sanção que impeça a
participação em processo de seleção ou a celebração de convênio ou qualquer
outro tipo de parceria com a administração pública federal ou com a concedente,
pelo período que durar a penalidade;
V - tenha, entre seus dirigentes, pessoa:
a)
|
cujas
contas relativas a convênios ou a qualquer outro tipo de parceria tenham sido
julgadas irregulares ou rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, em
decisão irrecorrível, nos últimos oito anos;
|
b)
|
inabilitada
para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar
a inabilitação; ou
|
c)
|
considerada
responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos
nos incisos I, II e III do caput do art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de
junho de 1992.
|
Art. 41. Para a celebração do convênio para
pesquisa, desenvolvimento e inovação, as ICT privadas deverão apresentar:
I - cópia do ato constitutivo registrado e suas
alterações;
II - relação nominal atualizada dos dirigentes da
ICT, conforme o estatuto, com endereço, telefone, endereço eletrônico, número e
órgão expedidor da carteira de identidade e número de registro no Cadastro de
Pessoa Física de cada um deles;
III - Certidão Negativa de Débitos Relativos a
Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União, Certificado de
Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas e prova de regularidade relativa à Seguridade Social,
hipótese em que serão consideradas regulares, para esse fim, as certidões
positivas com efeito de negativas;
IV - declaração, por meio do seu representante
legal, de que não serão utilizados recursos públicos oriundos do convênio para
a contratação de:
a)
|
cônjuge,
companheiro ou parente, em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou
afinidade, até o terceiro grau, de dirigentes da ICT privada ou de detentor
de cargo em comissão ou função de confiança no órgão ou na entidade pública
concedente;
|
b)
|
pessoa
jurídica na qual haja administrador ou sócio com poder de direção que seja
cônjuge, companheiro ou parente, em linha reta ou colateral, por
consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau, de dirigentes da ICT
privada ou de detentor de cargo em comissão ou função de confiança no órgão
ou na entidade pública concedente; e
|
c)
|
pessoa,
física ou jurídica, que caracterize vedação prevista no Decreto nº 7.203, de
4 de junho de 2010;
|
V - declaração, por meio do seu representante
legal, que informe que a ICT privada não incorre em quaisquer das vedações
previstas neste Decreto.
§ 1º A critério da concedente, os documentos a
que se refere o inciso III do caput poderão ser substituídos pelo
extrato emitido pelo Serviço Auxiliar de Informações para Transferências
Voluntárias, quando disponibilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional do
Ministério da Fazenda.
§ 2º No momento da verificação do cumprimento dos
requisitos para a celebração do convênio para pesquisa, desenvolvimento e
inovação, a administração pública federal deverá consultar o Cadastro de
Entidades Impedidas, o Sistema Integrado de Administração Financeira, o Sistema
de Cadastramento Unificado de Fornecedores e o Cadastro Informativo de Créditos
não Quitados do Setor Público Federal, para verificar se há informação sobre
ocorrência impeditiva à referida celebração.
Art. 42. Ficará impedida de celebrar
convênio para pesquisa, desenvolvimento e inovação a ICT pública que não
atender às exigências para a realização de transferências voluntárias previstas
no § 1º do art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, observado
o disposto na lei de diretrizes orçamentárias.
Parágrafo único. A transferência de
recursos de órgãos ou entidades da União para ICT pública estadual, distrital
ou municipal em projetos de ciência, tecnologia e inovação não poderá sofrer
restrições por conta de inadimplência de outros órgãos ou instâncias que não a
própria ICT.
Art. 43. O plano de trabalho do convênio de
pesquisa, desenvolvimento e inovação deverá ser estabelecido mediante
negociação e conter obrigatoriamente:
I - a descrição do projeto de pesquisa,
desenvolvimento e inovação a ser executado, dos resultados a serem atingidos e
das metas a serem alcançadas e o cronograma, além dos parâmetros a serem
utilizados para a aferição do cumprimento das metas;
II - o valor total a ser aplicado no projeto, o
cronograma de desembolso e a estimativa de despesas; e
III - a forma de execução do projeto e de
cumprimento do cronograma a ele atrelado, de maneira a assegurar ao convenente
a discricionariedade necessária ao alcance das metas.
§ 1º O plano de trabalho constará como anexo do
convênio e será parte integrante e indissociável deste, e somente poderá ser
modificado segundo os critérios e a forma definidos pela concedente, desde que
não desnature o objeto do termo:
I - por meio de comunicação justificada do
responsável pelo projeto, quando a modificação implicar alteração de até vinte
por cento nas dotações orçamentárias estimadas ou na distribuição entre grupos
de natureza de despesa, desde que o valor global do projeto não seja alterado;
e
II - por meio de anuência prévia e expressa da
concedente, nas demais hipóteses.
§ 2º Os convênios e os acordos de parceria para
pesquisa, desenvolvimento e inovação deverão ser assinados pelo dirigente
máximo do órgão ou da entidade da administração pública, permitida a delegação,
vedada a subdelegação.
Art. 44. A concedente adotará medidas para
promover a boa gestão dos recursos transferidos, entre as quais serão
obrigatórias:
I - a divulgação da lista completa dos projetos
apoiados, de seus responsáveis e dos valores desembolsados;
II - a divulgação de canal para denúncia de
irregularidades, de fraudes ou de desperdício de recursos no seu sítio
eletrônico oficial;
III - a definição de equipe ou estrutura
administrativa com capacidade de apurar eventuais denúncias; e
IV - a exigência de que os participantes do
projeto assinem documento do qual constem informações sobre como fazer
denúncias, sobre o canal existente no sítio eletrônico da concedente e sobre a
importância da integridade na aplicação dos recursos.
Subseção II
Da execução do convênio para pesquisa,
desenvolvimento e inovação
Art. 45. O convenente terá responsabilidade
exclusiva pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos
recebidos, inclusive quanto às despesas de custeio, de investimento e de
pessoal, e pelo pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais relacionados à execução do objeto previsto no convênio para
pesquisa, desenvolvimento e inovação, hipótese em que a inadimplência do convenente
em relação ao referido pagamento não implicará responsabilidade solidária ou
subsidiária do concedente.
§ 1º Incumbe ao convenente aplicar os recursos
financeiros repassados por meio do convênio para pesquisa, desenvolvimento e
inovação na consecução de seus objetivos e para pagamento de despesas previstas
nos instrumentos celebrados, e será vedada, em qualquer hipótese, a
incorporação de tais recursos financeiros ao patrimônio da ICT pública ou
privada, os quais não serão caracterizados como receita própria.
§ 2º Os recursos de origem pública poderão ser
aplicados de forma ampla pelos convenentes para execução do projeto aprovado,
inclusive para a aquisição de equipamentos e materiais permanentes, a
realização de serviços de adequação de espaço físico e a execução de obras de
infraestrutura destinada às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação,
observadas as condições previstas expressamente na legislação aplicável e no
termo de convênio e os princípios da impessoalidade, da moralidade, da
economicidade e da eficiência.
§ 3º As compras de bens e as contratações de
serviços e obras pela ICT privada com recursos transferidos pela concedente
adotarão métodos usualmente utilizados pelo setor privado e deverão ser
compatíveis com os preços praticados no mercado, comprovados por meio de
cotação prévia de preços junto a, no mínimo, três potenciais fornecedores ou
executantes, observados os princípios da impessoalidade, da moralidade e da
economicidade.
§ 4º A cotação prévia de preços será
desnecessária quando, em razão da natureza do objeto, não houver pluralidade de
opções, hipótese em que a ICT privada deverá apresentar documento declaratório
com os elementos que definiram a escolha do fornecedor ou do executante e a justificativa
do preço, subscrita pelo dirigente máximo da instituição.
§ 5º A transferência de recursos públicos a ICT
privadas para a execução de obras de infraestrutura destinada às atividades de
pesquisa, desenvolvimento e inovação que caracterizem a ampliação de área
construída ou a instalação de novas estruturas físicas ficará condicionada:
I - à cláusula de inalienabilidade do bem ou de
promessa de transferência da propriedade à administração pública, na hipótese
de falência, dissolução ou extinção; e
II - à observância ao disposto no Decreto nº
7.983, de 8 de abril de 2013.
§ 6º Desde que previsto no plano de trabalho, os
recursos transferidos pela administração pública para as ICT privadas poderão
ser empregados para o pagamento de despesas com remuneração e demais custos de
pessoal necessário à execução do projeto, inclusive de equipe própria da ICT
privada ou do pesquisador a ela vinculado, e com diárias referentes a
deslocamento, hospedagem e alimentação, nas hipóteses em que a execução do
objeto do convênio assim o exigir.
§ 7º Não poderão ser contratadas com recursos do
convênio as pessoas naturais que tenham sido condenadas por crime:
I - contra a administração pública ou o
patrimônio público;
II - eleitorais, para os quais a lei comine pena
privativa de liberdade; ou
III - de lavagem ou ocultação de bens, direitos e
valores.
§ 8º Os recursos recebidos em decorrência do
convênio serão depositados em conta corrente específica isenta de tarifa
bancária na instituição financeira pública federal e deverão ser
automaticamente aplicados em cadernetas de poupança, fundo de aplicação
financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da
dívida pública, enquanto não empregados na sua finalidade ou até a data da
devolução do saldo remanescente.
§ 9º As despesas realizadas com recursos do
convênio serão registradas na plataforma eletrônica de que trata o § 5º do art.
38, dispensada a inserção de notas, comprovantes fiscais ou recibos.
§ 10. Na hipótese de a plataforma eletrônica de
que trata o § 9º não estar disponível, os pagamentos deverão ser
realizados em conta bancária específica por meio de transferência eletrônica
que permita a identificação do beneficiário final.
§ 11. Para fins do disposto no § 10, o pagamento
em espécie somente poderá ser realizado mediante justificativa, o que não
dispensará a identificação do beneficiário final da despesa nos registros
contábeis do projeto.
§ 12. A concedente, em ato próprio, poderá
exigir, além do registro eletrônico de que tratam o § 9º e o § 10, relatório
simplificado de execução financeira para projetos de maior vulto financeiro,
conforme estabelecido, consideradas as faixas e as tipologias aplicáveis aos
projetos.
§ 13. Por ocasião da conclusão, da rescisão ou da
extinção do convênio, os saldos financeiros remanescentes, incluídos aqueles
provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão
devolvidos à administração pública, no prazo de até sessenta dias.
§ 14. É permitido que a convenente atue em rede
ou celebre parcerias com outras ICT públicas ou privadas ou com instituições ou
entidades estrangeiras, para o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao projeto, sem que seja estabelecida qualquer
relação jurídica entre a concedente e os parceiros da convenente, mantida a
responsabilidade integral da convenente pelo cumprimento do objeto do convênio.
§ 15. A atuação em rede ou a celebração de
parcerias na forma estabelecida no § 14 deverá ser comunicada previamente à
concedente.
CAPÍTULO VI
DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Art. 46. A transposição, o remanejamento ou
a transferência de recursos de categoria de programação para outra poderão
ocorrer com o objetivo de conferir eficácia e eficiência às atividades de
ciência, tecnologia e inovação, em atendimento ao disposto no § 5º do art. 167
da Constituição.
§ 1º No âmbito de cada projeto de pesquisa,
desenvolvimento e inovação, o pesquisador responsável indicará a necessidade de
alteração das categorias de programação, as dotações orçamentárias e a
distribuição entre grupos de natureza de despesa em referência ao projeto de
pesquisa aprovado originalmente.
§ 2º Por ocasião da ocorrência de quaisquer das
ações previstas no § 1º, a concedente poderá alterar a distribuição
inicialmente acordada, promover modificações internas ao seu orçamento anual,
desde que não modifique a dotação orçamentária prevista na lei orçamentária
anual, ou solicitar as alterações orçamentárias necessárias.
§ 3º Alterações na distribuição entre grupos de
natureza de despesa que não ultrapassarem vinte por cento do valor total do
projeto ficarão dispensadas de prévia anuência da concedente, hipótese em que
deverão ser comunicadas pelo responsável pelo projeto, observadas as regras
definidas pela concedente.
§ 4º As alterações que superarem o percentual a
que se refere o § 3º dependerão de anuência prévia e expressa da concedente.
§ 5º Em razão da necessidade de modificações nos
orçamentos anuais, o Poder Executivo federal deverá adotar medidas de
descentralização na responsabilidade por tais alterações, com o intuito de
possibilitar o ajuste tempestivo dos recursos previstos inicialmente.
CAPÍTULO VII
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Seção I
Disposições gerais
Art. 47. A prestação de contas observará as seguintes etapas:
I - monitoramento e avaliação por meio de formulário de resultado; e
II - prestação de contas final por meio da apresentação de relatório.
§ 1º O disposto neste Capítulo aplica-se aos seguintes instrumentos:
I - convênio para pesquisa, desenvolvimento e inovação;
II - termo de outorga para subvenção econômica; e
III - termo de outorga de auxílio.
§ 2º A concedente poderá contratar auditoria independente para a análise da execução financeira dos instrumentos a que se refere o § 1º em caráter excepcional, a partir de critérios objetivos definidos em normativos internos, considerados, entre outros aspectos, a sua capacidade operacional e o risco de fraude, abuso e desperdício nesses instrumentos.
Art. 48. O monitoramento, a avaliação e a prestação de contas serão disciplinados pelas instituições concedentes, observados os seguintes parâmetros:
I - as metas que não forem atingidas em razão do risco tecnológico inerente ao objeto, desde que fundamentadas e aceitas pela concedente, não gerarão dever de ressarcimento;
II - o monitoramento, a avaliação e a análise da prestação de contas poderão observar técnicas estatísticas, tais como amostragem e agrupamento em faixas ou subconjuntos de características similares para a utilização de critérios de análise diferenciados em cada um;
III - a utilização dos meios eletrônicos será priorizada;
IV - as instituições concedentes deverão providenciar:
a)
|
o
fornecimento de orientações gerais e de modelos dos relatórios a serem
utilizados; e
|
b)
|
a
publicidade dos projetos subsidiados, de seus produtos, de seus resultados,
de suas prestações de contas e de suas avaliações, sem prejuízo dos direitos
de propriedade intelectual.
|
§ 1º Os indicadores utilizados para monitoramento dos beneficiários deverão ser transparentes, razoáveis e auditáveis.
§ 2º Os dados de monitoramento, sem prejuízo de eventuais consolidações efetuadas pelos concedentes, deverão ser divulgados em formatos abertos, não proprietários, como planilhas e textos, de modo a facilitar a análise das informações.
§ 3º O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações poderá definir exigências mínimas para as informações que serão requeridas pelas instituições concedentes, nos termos estabelecidos no caput.
Seção II
Do monitoramento e da avaliação
Art. 49. O monitoramento e a avaliação deverão observar os objetivos, o cronograma, o orçamento, as metas e os indicadores previstos no plano de trabalho.
Art. 50. O responsável pelo projeto deverá apresentar formulário de resultado parcial, anualmente, durante a execução do objeto, conforme definido no instrumento de concessão, ou quando solicitado pela instituição concedente.
§ 1º Caberá ao responsável pelo projeto manter atualizadas as informações indicadas no sistema eletrônico de monitoramento do órgão ou da entidade, se houver.
§ 2º No formulário de que trata o caput, constarão informações quanto ao cumprimento do cronograma e à execução do orçamento previsto, hipótese em que deverão ser comunicadas eventuais alterações necessárias em relação ao planejamento inicial para a consecução do objeto do instrumento.
Art. 51. Fica facultado às instituições concedentes, durante o monitoramento e a avaliação dos projetos, a realização de visitas, para acompanhamento técnico ou fiscalização financeira, bem como o uso de técnicas estatísticas, tais como amostragem e agrupamento em faixas ou subconjuntos de características similares para a utilização de critérios de análise diferenciados em cada um.
§ 1º A visita será comunicada ao responsável pelo projeto, com antecedência mínima de três dias úteis, admitido o uso de meios eletrônicos para a comunicação.
§ 2º A visita não dispensará o responsável pelo projeto de manter atualizadas as informações relativas à execução da pesquisa no meio eletrônico de monitoramento, caso existente, ou em outro meio disponibilizado.
§ 3º Os processos, os documentos ou as informações referentes à execução dos instrumentos de pesquisa, desenvolvimento e inovação não poderão ser sonegados aos representantes da concedente no exercício de suas funções de monitoramento e avaliação, sem prejuízo das atribuições, das prerrogativas e do livre acesso pelos órgãos de controle.
§ 4º Quando a documentação ou a informação prevista neste artigo envolver assuntos de caráter sigiloso, deverá ser dispensado tratamento de acordo com o estabelecido na legislação pertinente.
§ 5º A visita ao local de que trata o caput não se confunde com o livre acesso ao local decorrente das ações de fiscalização e de auditoria realizadas pela administração pública federal, pelos órgãos de controle interno e externo.
Art. 52. O monitoramento será realizado pela concedente, que apontará as ocorrências relacionadas com a consecução do objeto, adotará as medidas para a regularização das falhas observadas e deverá manifestar-se fundamentadamente pela aprovação ou pela rejeição das justificativas.
§ 1º A concedente terá acesso às informações necessárias à verificação do cumprimento do plano de trabalho do instrumento e praticará os atos indispensáveis à sua execução.
§ 2º Fica facultado à concedente o envio da decisão ao responsável pelo projeto ou à instituição por meio eletrônico.
Art. 53. A execução do plano de trabalho deverá ser analisada, periodicamente, por:
I - comissão de avaliação, indicada pelo órgão ou pela entidade federal concedente, composta por especialistas e por, no mínimo, um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública; ou
II - servidor ou empregado público designado, com capacidade técnica especializada na área do projeto a ser avaliado.
§ 1º Caberá à comissão de avaliação ou ao servidor ou empregado público proceder à avaliação dos resultados atingidos com a execução do objeto, de maneira a verificar o cumprimento do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação e a relação entre os objetivos, as metas e o cronograma propostos e os resultados alcançados, com base nos indicadores estabelecidos e aprovados no plano de trabalho.
§ 2º A comissão de avaliação ou o servidor ou empregado público poderá propor ajustes ao projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação e revisão do cronograma, das metas e dos indicadores de desempenho, além de formular outras recomendações aos partícipes, a quem caberá justificar, por escrito, eventual não atendimento.
§ 3º Além da comissão de avaliação, a concedente poderá dispor de equipe própria ou, ainda, de apoio técnico de terceiros, além de delegar competência ou firmar parcerias com outros órgãos ou entidades.
Art. 54. A concedente deverá emitir parecer técnico quanto à execução do plano de trabalho e ao alcance das metas estabelecidas para o período considerado.
Parágrafo único. A concedente publicará em sítio eletrônico oficial a íntegra do parecer, exceto nas hipóteses de sigilo legal, em que será publicado somente o extrato.
Art. 55. A liberação de parcela não ficará condicionada à espera da aprovação dos formulários de resultados parciais entregues e pendentes de análise pela concedente dos recursos.
Art. 56. Os procedimentos de avaliação deverão ser previstos em norma específica da instituição financiadora.
Seção III
Da prestação de contas final
Art. 57. Encerrada a vigência do instrumento, o responsável pelo projeto encaminhará à concedente a prestação de contas final no prazo de até sessenta dias.
§ 1º O prazo a que se refere o caput poderá ser prorrogado por igual período, a pedido, desde que o requerimento seja feito anteriormente ao vencimento do prazo inicial.
§ 2º A concedente dos recursos financeiros disponibilizará, preferencialmente, sistema eletrônico específico para inserção de dados com vistas à prestação de contas, ou, na hipótese de não possui-lo, a prestação de contas ocorrerá de forma manual, de acordo com as exigências requeridas nesta Seção.
§ 3º Se, durante a análise da prestação de contas, a concedente verificar irregularidade ou omissão passível de ser sanada, determinará prazo compatível com o objeto, para que o beneficiário apresente as razões ou a documentação necessária.
§ 4º Transcorrido o prazo de que trata o § 3º, se não for sanada a irregularidade ou a omissão, a autoridade administrativa competente adotará as providências para a apuração dos fatos, nos termos da legislação vigente.
§ 5º A análise da prestação de contas final deverá ser concluída pela concedente no prazo de até um ano, prorrogável por igual período, justificadamente, e, quando a complementação de dados se fizer necessária, o prazo poderá ser suspenso.
Art. 58. A prestação de contas será simplificada, privilegiará os resultados obtidos e compreenderá:
I - relatório de execução do objeto, que deverá conter:
a)
|
a
descrição das atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto;
|
b)
|
a
demonstração e o comparativo específico das metas com os resultados
alcançados; e
|
c)
|
o
comparativo das metas cumpridas e das metas previstas devidamente
justificadas em caso de discrepância, referentes ao período a que se refere a
prestação de contas;
|
II
- declaração de que utilizou os recursos exclusivamente para a execução do projeto,
acompanhada de comprovante da devolução dos recursos não utilizados, se for o
caso;
III - relação de bens adquiridos, desenvolvidos ou produzidos, quando houver;
IV - avaliação de resultados; e
V - demonstrativo consolidado das transposições, dos remanejamentos ou das transferências de recursos efetuados, quando houver.
§ 1º A análise da prestação de contas final observará, no que couber, o disposto no art. 53.
§ 2º Quando o relatório de execução do objeto não for aprovado ou quando houver indício de ato irregular, a concedente exigirá a apresentação de relatório de execução financeira.
§ 3º A concedente estabelecerá em ato próprio modelo de relatório de execução financeira e a relação de documentos que deverão ser apresentados na hipótese de que trata o § 1º deste artigo.
§ 4º Nos projetos que forem objeto de apuração formal pelos órgãos de controle ou pelos órgãos de investigação e persecução criminal ou que contiverem indício de irregularidade, os beneficiários deverão apresentar os documentos suplementares exigidos pela concedente.
§ 5º Na hipótese de instrumentos para pesquisa, desenvolvimento e inovação celebrado com ICT pública, não caberá à concedente, por ocasião da prestação de contas, analisar ou fiscalizar a regularidade de licitações e contratações feitas com os recursos federais transferidos.
§ 6º Desde que o projeto seja conduzido nos moldes pactuados, o relatório de execução do objeto poderá ser aprovado mesmo que os resultados obtidos sejam diversos daqueles almejados em função do risco tecnológico ou das incertezas intrínsecas à atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação, devidamente comprovadas, com a consequente aprovação das contas, com ou sem ressalvas, sem que o beneficiário dos recursos seja obrigado, por esse motivo, a restituir os recursos financeiros utilizados.
§ 7º A concedente deverá estipular tipologias e faixas de valores em que o relatório de execução financeira será exigido independentemente da análise do relatório de execução do objeto.
Art. 59. A documentação gerada até a aprovação da prestação de contas final deverá ser organizada e arquivada pelo responsável pela pesquisa, separada por projeto, pelo prazo de cinco anos, contado da data da aprovação da prestação de contas final.
Parágrafo único. Fica facultada à concedente a solicitação do envio de cópia da documentação original ou digitalizada.
Art. 60. O parecer conclusivo da concedente sobre a prestação de contas final deverá concluir, alternativamente, pela:
I - aprovação da prestação de contas, quando constatado o atingimento dos resultados e das metas pactuadas, ou, quando devidamente justificado, o não atingimento de metas em razão do risco tecnológico;
II - aprovação da prestação de contas com ressalvas, quando, apesar de cumpridos o objeto e as metas, for constatada impropriedade ou falta de natureza formal que não resulte em dano ao erário; ou
III - relação de bens adquiridos, desenvolvidos ou produzidos, quando houver;
IV - avaliação de resultados; e
V - demonstrativo consolidado das transposições, dos remanejamentos ou das transferências de recursos efetuados, quando houver.
§ 1º A análise da prestação de contas final observará, no que couber, o disposto no art. 53.
§ 2º Quando o relatório de execução do objeto não for aprovado ou quando houver indício de ato irregular, a concedente exigirá a apresentação de relatório de execução financeira.
§ 3º A concedente estabelecerá em ato próprio modelo de relatório de execução financeira e a relação de documentos que deverão ser apresentados na hipótese de que trata o § 1º deste artigo.
§ 4º Nos projetos que forem objeto de apuração formal pelos órgãos de controle ou pelos órgãos de investigação e persecução criminal ou que contiverem indício de irregularidade, os beneficiários deverão apresentar os documentos suplementares exigidos pela concedente.
§ 5º Na hipótese de instrumentos para pesquisa, desenvolvimento e inovação celebrado com ICT pública, não caberá à concedente, por ocasião da prestação de contas, analisar ou fiscalizar a regularidade de licitações e contratações feitas com os recursos federais transferidos.
§ 6º Desde que o projeto seja conduzido nos moldes pactuados, o relatório de execução do objeto poderá ser aprovado mesmo que os resultados obtidos sejam diversos daqueles almejados em função do risco tecnológico ou das incertezas intrínsecas à atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação, devidamente comprovadas, com a consequente aprovação das contas, com ou sem ressalvas, sem que o beneficiário dos recursos seja obrigado, por esse motivo, a restituir os recursos financeiros utilizados.
§ 7º A concedente deverá estipular tipologias e faixas de valores em que o relatório de execução financeira será exigido independentemente da análise do relatório de execução do objeto.
Art. 59. A documentação gerada até a aprovação da prestação de contas final deverá ser organizada e arquivada pelo responsável pela pesquisa, separada por projeto, pelo prazo de cinco anos, contado da data da aprovação da prestação de contas final.
Parágrafo único. Fica facultada à concedente a solicitação do envio de cópia da documentação original ou digitalizada.
Art. 60. O parecer conclusivo da concedente sobre a prestação de contas final deverá concluir, alternativamente, pela:
I - aprovação da prestação de contas, quando constatado o atingimento dos resultados e das metas pactuadas, ou, quando devidamente justificado, o não atingimento de metas em razão do risco tecnológico;
II - aprovação da prestação de contas com ressalvas, quando, apesar de cumpridos o objeto e as metas, for constatada impropriedade ou falta de natureza formal que não resulte em dano ao erário; ou
III - rejeição da prestação de contas, sem prejuízo das sanções civis, penais e
administrativas cabíveis, nas seguintes hipóteses:
a)
|
omissão
no dever de prestar contas;
|
b)
|
descumprimento
injustificado dos resultados e das metas pactuadas;
|
c)
|
dano ao
erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; ou d)desfalque
ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
|
CAPÍTULO VIII
DA CONTRATAÇÃO DE PRODUTOS PARA PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO
DA CONTRATAÇÃO DE PRODUTOS PARA PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO
Seção I
Dos procedimentos especiais para a dispensa de
licitação
de obras e serviços de engenharia enquadrados
como produtos de pesquisa e desenvolvimento
Art. 61. A contratação por dispensa de licitação de obras e serviços de engenharia enquadrados como produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada ao valor máximo definido em lei, seguirá os procedimentos especiais instituídos neste Decreto, observado o disposto no art. 24, § 3º, e no art. 26 da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 62. Os processos de contratação por dispensa de licitação para produtos de pesquisa e desenvolvimento serão instruídos, no mínimo, com as seguintes informações sobre os projetos de pesquisa:
I - indicação do programa e da linha de pesquisa a que estão vinculados;
II - descrição do objeto de pesquisa;
III - relação dos produtos para pesquisa e desenvolvimento a serem adquiridos ou contratados; e
IV - relação dos pesquisadores envolvidos e suas atribuições no projeto.
Art. 63. O orçamento e o preço total para a contratação de produtos de pesquisa e desenvolvimento serão estimados com base nos valores praticados pelo mercado, nos valores pagos pela administração pública em contratações similares ou na avaliação do custo global da obra, aferida mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou paramétrica.
§ 1º Na elaboração do orçamento estimado na forma prevista no caput, poderá ser considerada taxa de risco compatível com o objeto da licitação e as contingências atribuídas ao contratado, hipótese em que a referida taxa deverá ser motivada de acordo com a metodologia definida pelo Ministério supervisor ou pela entidade contratante.
§ 2º A taxa de risco a que se refere o § 1º não integrará a parcela de benefícios e despesas indiretas do orçamento estimado e deverá ser considerada apenas para efeito de análise de aceitabilidade das propostas ofertadas no processo licitatório.
Art. 64. No processo de dispensa de licitação para a contratação de obras e serviços de engenharia de que trata o inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, a contratante deverá:
I - obter três ou mais cotações antes da abertura da fase de apresentação de propostas adicionais;
II - divulgar, em sítio eletrônico oficial, o interesse em obter propostas adicionais, com a identificação completa do objeto pretendido, dispensada a publicação de edital;
III - adjudicar a melhor proposta somente após decorrido o prazo mínimo de cinco dias úteis, contado da data da divulgação a que se refere o inciso II; e
IV - publicar extrato do contrato em sítio eletrônico oficial, que deverá conter, no mínimo, a identificação do contratado, o objeto, o prazo de entrega, o valor do contrato e a sua justificativa, as razões de escolha do fornecedor e o local onde eventual interessado possa obter mais informações sobre o contrato.
§ 1º A escolha da melhor proposta poderá considerar o menor preço, a melhor técnica ou a combinação de técnica e preço, cabendo ao contratante justificar a escolha do fornecedor.
§ 2º Desde que o preço seja compatível com aquele praticado no mercado e seja respeitado, no caso de obras e serviços de engenharia, o valor estabelecido no inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, a justificativa de que trata o § 1º poderá considerar todas as características do objeto a ser contratado ou do fornecedor, tais como:
I - atributos funcionais ou inovadores do produto;
II - qualificação e experiência do fornecedor, do executante ou da equipe técnica encarregada;
III - serviço e assistência técnica pós-venda;
IV - prazo de entrega ou de execução;
V - custos indiretos relacionados com despesas de manutenção, utilização, reposição e depreciação; e
VI - impacto ambiental.
§ 3º A contratante poderá facultativamente adotar as disposições previstas neste artigo para aquisição ou contratação de outros produtos de pesquisa e desenvolvimento não enquadrados no caput.
Art. 65. É vedada a contratação por dispensa de licitação de pessoa ou de empresa dirigida ou controlada por pessoa que mantenha relação de parentesco, inclusive por afinidade, até o terceiro grau civil, com o pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento.
Art. 66. Nas contratações por dispensa de licitação de obras e serviços de engenharia para produto de pesquisa e desenvolvimento, é vedada a celebração de aditamentos contratuais que resultem na superação do limite estabelecido no inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, exceto nas seguintes hipóteses:
I - para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior; e
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido da administração pública, desde que não decorrentes de erros ou omissões por parte do contratado, observados os limites estabelecidos no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Seção II
Da dispensa da documentação para a aquisição
de produtos para pronta entrega
Art. 67. A documentação de que tratam o art. 28 ao art. 31 da Lei nº 8.666, de 1993, poderá ser dispensada, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea "a" do inciso II do caput do art. 23 da referida Lei, observadas as disposições deste artigo.
§ 1º Caberá ao contratante definir os documentos de habilitação que poderão ser dispensados em razão das características do objeto da contratação e observadas as seguintes disposições:
I - na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, a prova de regularidade fiscal, ou outro documento equivalente, do domicílio ou da sede do fornecedor é inexigível;
II - na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, a prova de regularidade fiscal para com a Fazenda distrital, estadual e municipal do domicílio ou da sede do fornecedor poderá ser dispensada;
III - a regularidade fiscal e trabalhista do fornecedor estrangeiro perante as autoridades de seu País é inexigível; e
IV- na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, o contratante poderá dispensar a autenticação de documentos pelos consulados e a tradução juramentada, desde que seja fornecida tradução para o vernáculo.
§ 2º Na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País, o contratante poderá dispensar a representação legal no País de que trata o § 4º do art. 32 da Lei nº 8.666, de 1993, situação em que caberá ao contratante adotar cautelas para eventual inadimplemento contratual ou defeito do produto, incluídas a garantia contratual, a previsão de devolução total ou parcial do valor, a emissão de título de crédito pelo contratado ou outras cautelas usualmente adotadas pelo setor privado.
§ 3º Cláusula que declare competente o foro da sede da administração pública para dirimir questões contratuais deverá constar do contrato ou do instrumento equivalente.
§ 4º Para os fins do disposto neste Decreto, considera-se para pronta entrega a aquisição de produtos com prazo de entrega de até trinta dias, contado da data de assinatura do contrato ou, quando facultativo, da emissão de instrumento hábil para substituílo.
§ 5º A comprovação da regularidade com a Seguridade Social deverá ser exigida nos termos estabelecidos no § 3º do art. 195 da Constituição, exceto na hipótese de fornecedores estrangeiros que não funcionem no País.
Seção III
Disposições gerais sobre a contratação de produtos
de pesquisa e desenvolvimento
Art. 68. As informações sobre projetos de pesquisa e desenvolvimento poderão ser classificadas como sigilosas e ter a sua divulgação restringida quando imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 1º O sigilo de que trata o caput poderá ser oponível ao próprio contratado responsável pela execução da obra ou do serviço de engenharia quando não prejudicar a execução do objeto contratual.
§ 2º Na hipótese de a execução do objeto contratual ser prejudicada pela restrição de acesso à informação, a administração pública poderá exigir do contratado a assinatura de Termo de Compromisso de Manutenção de Sigilo, nos termos do art. 18, parágrafo único, do Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012.
Art. 69. A contratação de obras e serviços de engenharia enquadrados como produtos para pesquisa e desenvolvimento poderá ocorrer na modalidade integrada, que compreenderá a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
§ 1º A vedação para a contratação do autor do projeto básico ou executivo prevista no inciso I do caput do art. 9º da Lei nº 8.666, de 1993, não se aplica para a contratação integrada por dispensa de licitação de obras ou serviço de engenharia referente a produto de pesquisa e desenvolvimento.
§ 2º Na hipótese prevista no caput, cabe à contratante providenciar a elaboração de anteprojeto de engenharia que contemple os documentos técnicos destinados a possibilitar a caracterização do objeto contratual e que contenha:
I - a demonstração e a justificativa do programa de necessidades, a visão global dos investimentos e as definições quanto ao nível de serviço desejado;
II - as condições de solidez, segurança, durabilidade e prazo de entrega;
III - a estética do projeto arquitetônico; e
IV - os parâmetros de adequação ao interesse público, à economia na sua utilização, à facilidade na sua execução, aos impactos ambientais e à acessibilidade.
§ 3º A celebração de termos aditivos aos contratos celebrados fica vedada quando for adotada a contratação integrada, exceto se verificada uma das seguintes hipóteses:
I - para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior;
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido da administração pública, desde que não decorrentes de erros ou omissões por parte do contratado, observados os limites estabelecidos no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 4º Na hipótese de a contratante optar por não realizar a contratação integrada para obras ou serviços de engenharia de produto de pesquisa e desenvolvimento, deverá haver projeto básico previamente aprovado pela autoridade competente.
Art. 70. A contratante poderá adotar o Regime Diferenciado de Contratações Públicas, nos termos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, ainda que a contratação de produto de pesquisa e desenvolvimento se enquadre nas hipóteses de dispensa de licitação previstas no inciso XXI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993.
CAPÍTULO IX
DA IMPORTAÇÃO DE BENS PARA PESQUISA, DESENVOLVIMENTO
E INOVAÇÃO
DA IMPORTAÇÃO DE BENS PARA PESQUISA, DESENVOLVIMENTO
E INOVAÇÃO
Art. 71. O Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art.
136. ............................................................................
.................................................................................................
§ 1º É concedida isenção do imposto de importação aos bens importados por empresas, na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (Lei nº 8.032, de 1990, art. 2º, caput, inciso I, alínea "g").
§ 2º As isenções ou as reduções de que trata o caput serão concedidas com observância aos termos, aos limites e às condições estabelecidos na Seção VI." (NR)
.................................................................................................
§ 1º É concedida isenção do imposto de importação aos bens importados por empresas, na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (Lei nº 8.032, de 1990, art. 2º, caput, inciso I, alínea "g").
§ 2º As isenções ou as reduções de que trata o caput serão concedidas com observância aos termos, aos limites e às condições estabelecidos na Seção VI." (NR)
"Art.
147. .............................................................................
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se somente às importações realizadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, por cientistas, por pesquisadores, por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação - ICT e por entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino, devidamente credenciados por esse Conselho (Lei nº 8.010, de 1990, art. 1º, § 2º).
§ 2º As importações de que trata este artigo ficam dispensadas de controles prévios ao despacho aduaneiro (Lei nº 8.010, de 1990, art. 1º, § 1º).
§ 3º O CNPq apoiará as atividades de capacitação e firmará parcerias com órgãos e entidades para promover a melhoria nos processos de importações para pesquisa, desenvolvimento e inovação." (NR)
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se somente às importações realizadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, por cientistas, por pesquisadores, por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação - ICT e por entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino, devidamente credenciados por esse Conselho (Lei nº 8.010, de 1990, art. 1º, § 2º).
§ 2º As importações de que trata este artigo ficam dispensadas de controles prévios ao despacho aduaneiro (Lei nº 8.010, de 1990, art. 1º, § 1º).
§ 3º O CNPq apoiará as atividades de capacitação e firmará parcerias com órgãos e entidades para promover a melhoria nos processos de importações para pesquisa, desenvolvimento e inovação." (NR)
"Art. 148. O Ministro
de Estado da Fazenda estabelecerá o limite global anual, em valor, para as importações
realizadas com isenção pelas instituições científicas e tecnológicas, ouvido o
Ministro de Estadoda Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Lei nº
8.010, de 1990, art. 2º, caput).
.......................................................................................................
§ 3º O Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações encaminhará, até o mês de julho de cada ano-calendário, proposta de novo limite global anual para o exercício seguinte.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º, o Ministro de Estado da Fazenda terá prazo de sessenta dias para estabelecer a nova quota global de importações para o exercício seguinte." (NR)
.......................................................................................................
§ 3º O Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações encaminhará, até o mês de julho de cada ano-calendário, proposta de novo limite global anual para o exercício seguinte.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º, o Ministro de Estado da Fazenda terá prazo de sessenta dias para estabelecer a nova quota global de importações para o exercício seguinte." (NR)
"Subseção
XXII-B
Dos
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação
Art. 186-E. A isenção do imposto aos bens importados por empresas habilitadas, na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação aplica-se a máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, e suas partes e suas peças de reposição, acessórios, matérias-primas e produtos intermediários. (Lei nº 8.032, de 1990, art. 2º, caput, inciso I, alínea "g").
§ 1º A habilitação da empresa observará as seguintes etapas:
I - credenciamento da empresa junto ao CNPq;
II - apresentação de declaração, celebrada pelo dirigente máximo, de que os bens importados serão exclusivamente utilizados em pesquisa, desenvolvimento e inovação, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal; e
III - indicação do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação aprovado pelo CNPq no qual será utilizado o bem que se pretende importar, conforme os critérios estabelecidos em ato normativo próprio.
§ 2º O projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação apresentado pela empresa ao CNPq conterá obrigatoriamente:
I - título, objetivos, metas, resultados esperados, metodologia utilizada, fontes de financiamento e produção científica e tecnológica;
II - relação de bens a serem importados;
III - equipe envolvida no projeto;
IV - relevância dos bens a serem importados para a execução do projeto;
V - descrição de infraestrutura de laboratório; e
VI - outros itens exigidos em
norma específica.
§ 3º A análise e a aprovação do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo CNPq independerão da fonte de financiamento.
§ 4º A empresa poderá solicitar sigilo das informações prestadas na forma estabelecida no § 2º, sempre que do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação constar cláusula expressa nesse sentido." (NR)
§ 3º A análise e a aprovação do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo CNPq independerão da fonte de financiamento.
§ 4º A empresa poderá solicitar sigilo das informações prestadas na forma estabelecida no § 2º, sempre que do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação constar cláusula expressa nesse sentido." (NR)
"Art. 186-F. O Ministro
de Estado da Fazenda estabelecerá o limite global anual, em valor, para as
importações realizadas com isenção pelas empresas habilitadas na forma
estabelecida no art. 186-E, ouvido o Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (Lei nº 8.032, de 1990, art. 2º, caput, inciso
I, alínea "g").
§ 1º A quota global de importações será distribuída e controlada pelo CNPq.
§ 2º O Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações encaminhará, até o mês de julho de cada ano-calendário, proposta de novo limite global anual para o exercício seguinte.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o Ministro de Estado da Fazenda terá o prazo de sessenta dias para estabelecer a nova quota global de importações para o exercício seguinte." (NR)
§ 1º A quota global de importações será distribuída e controlada pelo CNPq.
§ 2º O Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações encaminhará, até o mês de julho de cada ano-calendário, proposta de novo limite global anual para o exercício seguinte.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o Ministro de Estado da Fazenda terá o prazo de sessenta dias para estabelecer a nova quota global de importações para o exercício seguinte." (NR)
"Art. 245. São isentas
do imposto as importações (Lei nº 8.032, de 1990, art. 3º; e Lei nº 8.402, de
1992, art. 1º, caput, inciso IV):
.......................................................................................................
Parágrafo único. As importações a que se refere o § 1º do art. 136 são isentas do imposto." (NR)
.......................................................................................................
Parágrafo único. As importações a que se refere o § 1º do art. 136 são isentas do imposto." (NR)
"Art.
550. .............................................................................
...................................................................................................
§ 4º O licenciamento das importações enquadradas na alínea "e" do inciso I do caput e no § 1º do art. 136 terá tratamento prioritário e, quando aplicável, procedimento simplificado (Lei nº 13.243, de 2016, art. 11)." (NR)
...................................................................................................
§ 4º O licenciamento das importações enquadradas na alínea "e" do inciso I do caput e no § 1º do art. 136 terá tratamento prioritário e, quando aplicável, procedimento simplificado (Lei nº 13.243, de 2016, art. 11)." (NR)
"Art. 579-A. Os
processos de importação e de desembaraço aduaneiro de bens, insumos, reagentes,
peças e componentes utilizados em pesquisa científica e tecnológica ou em
projetos de inovação terão tratamento prioritário e procedimentos
simplificados, conforme disciplinado em ato da Secretaria da Receita Federal do
Brasil do Ministério da Fazenda e observado o disposto no art. 1º da Lei nº
8.010, de 29 de março de 1990, e nas alíneas "e" a "g"
do inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990.
§ 1º Os processos de importação e desembaraço aduaneiro de que trata o caput terão tratamento equivalente àquele previsto para mercadorias perecíveis.
§ 2º Os órgãos da administração pública federal intervenientes na importação adotarão procedimentos de gestão de riscos com a participação das instituições de pesquisa científica e tecnológica, de modo a minimizar os controles durante os processos de importação e despacho aduaneiro, inclusive para os importadores pessoas físicas.
§ 3º A fiscalização de condição de isenção tributária reconhecida na forma estabelecida no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.010, de 1990, será efetuada prioritariamente em controle pósdespacho aduaneiro." (NR)
§ 1º Os processos de importação e desembaraço aduaneiro de que trata o caput terão tratamento equivalente àquele previsto para mercadorias perecíveis.
§ 2º Os órgãos da administração pública federal intervenientes na importação adotarão procedimentos de gestão de riscos com a participação das instituições de pesquisa científica e tecnológica, de modo a minimizar os controles durante os processos de importação e despacho aduaneiro, inclusive para os importadores pessoas físicas.
§ 3º A fiscalização de condição de isenção tributária reconhecida na forma estabelecida no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.010, de 1990, será efetuada prioritariamente em controle pósdespacho aduaneiro." (NR)
Art. 72.
A Seção VIII do Capítulo I do Título I do Livro V do Decreto nº 6.759, de 2009,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Seção
VIII
Da Simplificação e da Priorização do Despacho" (NR)
Da Simplificação e da Priorização do Despacho" (NR)
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 73. Os acordos, os convênios e os instrumentos congêneres em execução poderão ser alterados para definir que a titularidade dos bens gerados ou adquiridos pertencerá à entidade recebedora dos recursos, observado o disposto no art. 13 da Lei nº 13.243, de 2016.
Art. 74. Os acordos, os convênios e os contratos celebrados entre as ICT, as instituições de apoio, as agências de fomento e as entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos destinadas às atividades de pesquisa, cujos objetos sejam compatíveis com a finalidade da Lei nº 10.973, de 2004, poderão prever a destinação de até quinze por cento do valor total dos recursos financeiros destinados à execução do projeto, para cobertura de despesas operacionais e administrativas necessárias à execução desses acordos, convênios e contratos.
Parágrafo único. Os gastos indivisíveis, usuais e necessários à consecução do objetivo do acordo, do convênio ou do contrato poderão ser lançados à conta de despesa administrativa, obedecido o limite estabelecido no caput.
Art. 75. Eventuais restrições de repasses de recursos aplicadas a ICT não se estendem aos pesquisadores a ela vinculados.
Art. 76. A União, as autarquias e as fundações públicas poderão efetuar a admissão de pesquisador, de técnico com formação em área tecnológica de nível intermediário ou de tecnólogo, nacional ou estrangeiro, para projeto de pesquisa com prazo determinado, em instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação, nos termos da Lei nº 8.745, de 1993, e do § 3º do art. 15 da Lei nº 10.973, de 2004.
Art. 77. O disposto no Capítulo VII aplica-se aos instrumentos que, na data de entrada em vigor deste Decreto, estejam em fase de execução do objeto ou de análise de prestação de contas.
Art. 78. As agências de fomento de natureza privada, incluídos os serviços sociais autônomos, por suas competências próprias, poderão executar as atividades a que se referem o art. 3º, o art. 3º-B, o art. 3º-D e o art. 19 da Lei nº 10.973, de 2004.
Art. 79. Os convênios celebrados entre as agências de fomento federal e estadual deverão ser processados por meio da plataforma eletrônica de que trata o § 5º do art. 38, observadas as peculiaridades desse tipo de transferência.
Art. 80. Os instrumentos vigentes na data de entrada em vigor deste Decreto serão regidos pela legislação anterior.
Parágrafo único. Na hipótese a que se refere o caput, é facultada a adaptação às disposições deste Decreto aos partícipes.
Art. 81. Incumbe ao Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações editar as normas e as orientações complementares sobre a matéria disciplinada neste Decreto, além de deliberar e decidir sobre os casos omissos, com a participação dos demais Ministros de Estado quanto aos assuntos relacionados às suas áreas de competência.
Art. 82. Nas hipóteses previstas nos art. 11, art. 13, art. 18 e art. 37, em que a tecnologia for considerada de interesse da defesa nacional, fica a ICT pública obrigada a realizar consulta prévia ao Ministério de Defesa, o qual deverá se manifestar quanto à conveniência da cessão, do licenciamento ou da transferência de tecnologia no prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. As tecnologias de interesse da defesa nacional serão identificadas por meio de ato normativo conjunto dos Ministros de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e da Defesa.
Art. 83. Fica revogado o Decreto nº 5.563, de 11 de outubro de 2005.
Art. 84. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 7 de fevereiro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.
MICHEL
TEMER
Raul Jungmann
Henrique Meirelles
José Mendonça Bezerra Filho
Marcos Jorge Lima
Dyogo Henrique de Oliveira
Gilberto Kassab
Raul Jungmann
Henrique Meirelles
José Mendonça Bezerra Filho
Marcos Jorge Lima
Dyogo Henrique de Oliveira
Gilberto Kassab
Este
texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1
de 08/02/2018
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